‘Caí e me fiz de morto’, diz colega de menor baleado por policiais

O menor conta ter passado 20 minutos imóvel.

Os dois policiais estão presos | Extra
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O menor X., de 15 anos, contou como foram os momentos que passou em uma viatura com dois policiais militares e o também adolescente Mateus Alves dos Santos, de 14, encontrado morto no Morro do Sumaré, na região central do Rio, na madrugada de terça-feira. Mateus e X. foram pegos pelos cabos Vinícius Lima Vieira e Fábio Magalhães Ferreira, do 5º BPM (Praça da Harmonia), depois de supostamente realizarem um furto no último dia 11, véspera do primeiro jogo da Copa do Mundo. O adolescente esteve nesta sexta-feira na Divisão de Homicídios para prestar depoimento sobre o caso. Os dois policiais estão presos.

- Eu estava atravessando a rua quando me pegaram. Já encontrei o Mateus lá dentro. Pensei que iríamos para a DPCA (Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente), que era ali perto. Não falaram nada no carro. Aí, tomaram o caminho para a Santa Teresa. Passou pelo Morro dos Prazeres e, na subida, nós começamos a chorar, com medo - diz X.

Segundo o adolescente, a viatura parou três vezes no caminho. Na última, os dois foram obrigados a descer e empurrados de um barranco.

- Me mandaram sentar e deram um tiro no meu joelho. Fiquei ali, e um policial mandou o outro trazer o 62 (fuzil 762). Aí ele veio e atirou nas minhas costas. Eu caí e me fiz de morto.

Neste momento, X. relata ter escutado Mateus gritando ?não vou, não vou?. Em seguida, ouviu mais um som de tiro, e o corpo de Mateus caiu sobre o dele. Um dos PMs ainda deu um chute nos adolescentes para checar se ambos estavam mortos. O menor conta ter passado 20 minutos imóvel.

- Depois, peguei meu casaco, amarrei no joelho e fiz um torniquete. Caminhei por uma hora e pouca até chegar no Turano (comunidade na Tijuca, na Zona Norte da cidade). Lá, pedi ajuda, e avisaram à família do Mateus.

X. afirma que ele e o menor assassinado não eram amigos, mas já tinham se visto algumas vezes. O adolescente nega que tenha praticado um roubo no dia em que foi pego pelos dois PMs. Nem ele nem Mateus tinham passagens pela polícia. Após o depoimento na DH, X. foi ouvido por psicólogos.



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