Moraes autoriza quebra de sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e Michelle

Além das quebras dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e Michelle, o ministro também autorizou pedido de cooperação internacional para investigá-los

Ex-presidente Jair Bolsonaro e ministro Alexandre de Moraes | Evaristo Sá/AFP e Nelson Júnior/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a quebra dos sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro e também da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Também nesta quinta-feira, o advogado Cezar Bittencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, declarou que o ex-ajudante de ordens vai confessar que fez a venda das joias da Presidência da República a pedido de Bolsonaro.

Além de ter feito a venda dos presentes, o ex-ajudante de ordens vai esclarecer que o dinheiro arrecadado com a comercialização das joias foi repassada ao ex-presidente. As joias foram foram recebidas por Bolsonaro durante o seu mandato e, segundo o Tribunal de Contas da União, presentes desse tipo devem ser incorporados ao acervo da União, portanto, não podem ser comercializados como itens de uso pessoal.

Ainda nesta quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes autorizou pedido cooperação internacional feito pela Polícia Federal (PF) para pedir aos Estados Unidos a quebra de sigilo bancário das contas dos investigados no processo das joias.

Segundo investigações da Polícia Federal, as joias e presentes que chegaram às mãos de Jair Bolsonaro no exercício do mandato começaram a ser vendidas desde junho de 2022 nos Estados Unidos. Foi também neste mês, que a equipe coordenada por Mauro Cid pediu ao Gabinete de Documentação Histórica a lista contendo os relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele período.

De acordo com cronograma, no dia 2 de junho, uma lista de 37 itens com informações de fabricantes de cada um foi entregue a outro ajudante de ordens. Posteriormente, 4 dias depois, Cid retirou do acervo um kit de joias formado por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro. No dia 8 do mesmo mês,  Bolsonaro e Cid seguiram para os Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles. No voo oficial, de acordo com a PF, Mauro Cid levou o kit de joias.

De acordo com as investigações, o ex-ajudante de ordens não retornou ao Brasil junto com a comitiva e levou as joias para residência do pai, Mauro Cesar Lourena Cid, que desde 2019, ocupava um cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Miami. No dia 13, Cid foi para a Pensilvânia com o objetivo de  vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe.

A partir de análise de dados, a partir de dados armazenados na nuven do celular do ex-ajudante, a Polícia Federal localizou comprovante de depósito da loja no valor de US$ 68 mil nessa mesma data, o que corresponde ao valor de R$ 332 mil. O relatório da Coaf encaminhado à CPMI indicou transações financeiras atípicas nas contas de Lourena Cid, pai de Mauro Cid. De fevereiro a maio, ele movimentou quase R$ 4 milhões.

A Polícia Federal também diz que outro conjunto de presentes deixou o Braisl em avião oficial no dia 30 de dezembro. Mensagens contidas no celular de Cid indicaram que estaria levando consigo uma mala específica, que deveria ter como destino a casa de seu pai, em Miami.



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