“Morte de Eliza é homicídio virtual”, diz legista da defesa

Polícia de Minas indiciou goleiro Bruno e oito pessoas pela morte de Eliza

Legista atuará nas investigações | Divulgação
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O médico-legista alagoano George Sanguinetti foi contratado pelo advogado Zanone Oliveira Junior, que representa o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para analisar os laudos elaborados pelo Instituto de Criminalística (IC) de Minas Gerais sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Júnior disse que pretende apresentar ao legista de Alagoas cópias dos laudos anexados ao inquérito policial. O documento, concluído em 29 de julho, tem cerca de 1,6 mil páginas e três anexos.

O perito e médico legista chegou na noite de quarta-feira (11) a Belo Horizonte. Ele deve se reunir nesta quinta-feira (12) com a equipe de advogados coordenada por Oliveira para avaliar o processo sobre a morte de Eliza. A intenção de sua presença em Minas Gerais, segundo Sanguinetti, é encontrar pontos que possam ser contestados na perícia feita pela Polícia Civil de Minas Gerais.

A jovem Eliza está desaparecida desde o início de junho deste ano. Segundo a investigação, ela foi sequestrada e está morta. Nascida em Foz do Iguaçu (PR), Eliza se mudou para São Paulo e posteriormente para o Rio. Em 2009, teve um relacionamento com o goleiro Bruno de Souza, então jogador do Flamengo. Ela brigava, na Justiça, pelo reconhecimento da paternidade do filho de 6 meses, que seria do jogador.

Depois de ter acesso a depoimentos coletados pela polícia de Minas Gerais sobre o caso, Sanguinetti disse que não há como sustentar a tese de homicídio de Eliza sem provas técnicas, tendo em vista que o corpo dela não foi encontrado. "Esse caso, se me permite a expressão, é um assassinato virtual. Não há materialidade alguma de homicídio", diz o legista alagoano.

Sanguinetti afirmou que o Código de Processo Penal prevê duas formas para se configurar um homicídio. "Se a infração deixar vestígios, impõe-se o essencial corpo de delito. Para provar um homicídio é preciso o corpo de delito. Não existindo, a falta de vestígios pode ser suprida por prova testemunhal, desde que com credibilidade e suficiência para o juiz e para o júri. Não temos isso. Temos o depoimento de um menor, que varia e não se mantém. Nenhuma prova técnica que se sustenta por essa assertiva."

O advogado de Bola pretende debater com Sanguinetti os laudos apresentados pela polícia. "O que me faz trabalhar em uma perícia paralela é a existência de uma prova técnica que ensejasse ser verídica a afirmação da morte da suposta vítima [Eliza]."

Perfil do legista

Sanguinetti ficou famoso ao questionar os laudos feitos pelo perito Badan Palhares a respeito das mortes de Paulo César Farias e da namorada Suzana Marcolino, ocorridas em 1996, em Maceió. O laudo de Palhares sustentou que Suzana matou PC Farias e se suicidou. Sanguinetti constestou a tese.

Em 2008, ele foi contratado pela defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá para analisar os laudos periciais sobre a morte de Isabela Nardoni. Ele discordou da versão oficial da Justiça, que diz que Anna Jatobá tentou esganar a enteada e Alexandre Nardoni jogou a filha pela janela após uma discussão.



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