Motoboy negro agredido com canivete é indiciado por agressão e desobediência no RS

A investigação envolveu o depoimento de 27 pessoas, das quais 22 foram testemunhas

Motoboy foi indiciado | Reprodução
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Após um incidente violento no bairro Rio Branco, em Porto Alegre (RS)o motoboy Éverton Henrique Goandete da Silva, 40 anos, e o idoso Sérgio Kupstaitis, 71 anos, foram indiciados por lesão corporal e desobediência policial. O embate resultou em ferimentos no pescoço de Silva, causados por um canivete supostamente manejado por Kupstaitis, que também enfrentará acusações por agressão. As autoridades concluíram que as tensões entre os dois remontam ao ano anterior e que o confronto, ocorrido no último sábado (17), foi caracterizado como uma "agressão mútua".

Em coletiva de imprensa conduzida nesta sexta-feira pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, revelou-se que Kupstaitis havia contatado o serviço de emergência (190) em três ocasiões anteriores para relatar a presença de motoboys estacionados em frente ao seu prédio. Esses incidentes foram registrados em 8 de outubro do ano passado, 17 de novembro e 24 de janeiro deste ano. No último contato, o idoso teria alegado que um grupo de indivíduos estava tentando "derrubar uma banca de jornal" na rua onde ele reside, e um dos envolvidos, segundo a polícia, era Éverton.

A investigação envolveu o depoimento de 27 pessoas, das quais 22 foram testemunhas. Embora doze vídeos tenham sido analisados, nenhum deles capturou o momento da agressão de Kupstaitis ao motoboy com o canivete. Um dos vídeos exibidos durante a coletiva mostra apenas o idoso deixando seu prédio com a arma em mãos. Posteriormente, Éverton é visto arremessando três pedras em direção a Kupstaitis, que tenta se esquivar. O entregador afirma ter reagido em legítima defesa ao golpe sofrido no pescoço.

O advogado de Éverton, Ramiro Goulart, alega que a investigação foi parcial, pois não foram encontradas imagens que evidenciem o momento em que o agressor se aproximou dele.

A investigação também descartou a ocorrência de racismo na abordagem policial a Éverton e concluiu que a atuação dos quatro policiais militares envolvidos foi adequada e técnica. No entanto, houve uma falha na condução de Kupstaitis e Éverton até a delegacia, já que apenas o motoboy foi levado no camburão.

O corregedor-geral da Brigada Militar, Vladimir Luís Silva da Rosa, esclareceu que ambos os envolvidos no conflito foram abordados, algemados, presos e apresentaram lesões. Ambos foram encaminhados à delegacia, mas apenas Éverton foi levado ao local de detenção no veículo policial. Ele ressaltou que, ao contrário do motoboy, Kupstaitis cooperou com os agentes.



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