Motorista por aplicativo nega corrida a morador: “”Preto não vai entrar“”

“Já passei por situações como essa. É uma situação muito complicada, fora a vergonha que passei na rua em frente ao meu prédio”, conta.

"Já passei por situações como essa. É uma situação muito complicada, fora a vergonha que passei na rua em frente ao meu prédio", conta. | Reprodução
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"Preto não vai entrar no meu carro a essa hora da manhã." Foi com essa frase que Patrick Vinícius Gomes de Souza, 25 anos, e o filho de 3 foram recebidos por um motorista por aplicativo na última sexta-feira (30/7). Morador do Guará, no Distrito Federal, Patrick conta que solicitou a corrida com a empresa 99 para levar o filho para a creche, porém foi impedido de entrar no veículo.  

"Quando eu cheguei perto do carro, falei bom dia para o motorista e, ao me ver, trancou a porta e disse: 'Preto não vai entrar no meu carro a essa hora da manhã'", relatou Patrick. "Ele ainda falou vários palavrões, que não cabem comentar, depois saiu cantando pneu", completa o autônomo. 

Sem veículo próprio, Patrick tem o costume de solicitar corridas em transporte por aplicativo ou andar em transporte público. "Já passei por situações como essa. É uma situação muito complicada, fora a vergonha que passei na rua em frente ao meu prédio", conta.

Patrick detalha o episódio de racismo que sofreu (Foto: Reprodução) "Ele poderia ter simplesmente inventado uma desculpa e cancelado a corrida. Ia ficar subentendido, mas é melhor do que ele dizer isso claramente. Falta de respeito", aponta Patrick Vinícius que fez o boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia (Guará II). A ocorrência foi registrada como injúria racial, que consiste na conduta de ofender a dignidade de alguém utilizando elementos referentes a raça, cor ou etnia.

De acordo com o código penal, a pessoa que cometer o crime de injúria racial pode ser condenada a pegar de um a três anos  de reclusão e multa. "Fui atrás de registrar a ocorrência para ele não fazer isso com mais ninguém. A empresa fala que ele tem nota 4.9, várias corridas. Mas isso não garante que ele não cometa atos racistas", afiram Patrick. 

Em nota, a 99 lamenta o ocorrido. "Assim que tomamos conhecimento do fato, banimos o motorista do app. Além disso, estamos em contato com Patrick para oferecer suporte e nos encontramos disponíveis para colaborar com as autoridades", destacou a empresa. 

Segundo o comunicado, a plataforma tem uma política de tolerância zero a casos como esse e repudia veementemente qualquer ato discriminatório. "Todos os usuários, sejam eles motoristas ou passageiros, devem se tratar com respeito e profissionalismo. Em comportamentos assim, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas cabíveis são adotadas, incluindo o bloqueio imediato do perfil", ressaltou.

As informações são do Estado de Minas



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