Mulher assumiu matar estudante na Unicamp, dizem testemunhas

Namorado da suspeita diz que ação foi em legítima defesa, após agressão.

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Mulher assumiu matar estudante na Unicamp, dizem testemunhas | Reprodução/ EPTV
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Após mais de 12 horas de depoimentos que terminou na madrugada desta terça-feira (24) e diligências sobre o assassinato de um estudante dentro do campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), testemunhas do caso afirmaram à imprensa que uma jovem de 20 anos assumiu para a polícia a autoria do crime. Além de um adolescente que participou da briga, o namorado da suspeita relatou, em entrevista concedida ao lado da garota, que a ação foi em legítima defesa. O delegado Rui Pegolo disse que "oficialmente" não há confissão, mas que o caso está prestes a ser esclarecido.

"Foi comprovado que foi legítima defesa. O cara tentou agarrar ela à força, bateu nela e foi legítima defesa. Ele foi o culpado. Infelizmente ele morreu, por isso não está aqui para comprovar nada", afirmou o namorado da suspeita ao deixar a delegacia ao lado da companheira, que permaneceu em silêncio enquanto ele fazia o relato.

O companheiro da suspeita também participou da confusão e, pela manhã, embora tenha negado a autoria do crime, admitiu ter agredido Denis Papa Casagrande, de 21 anos, que morreu no local. Segundo alguns policiais ouvidos, a falta da situação de flagrante - quando o autor é pego imediatamente após o crime - pode explicar o fato de a menina ter sido liberada pelo delegado.

Durante todo o dia, um adolescente, que é amigo do casal e presenciou a confusão, também permaneceu na delegacia para ser ouvido. Na saída da delegacia, ele também relatou que a jovem confessou o crime e, ao lado da mãe, que preferiu não se identificar, repetiu o discurso de que ela teria agido em legítima defesa. "Ele provocou. Não só para xavecar. Eles queriam que a gente saísse da festa", contou o menor que disse que a turma, que se autointitula "punk", teria sido hostilizada por universitários.

"Da paz"

O estudante de engenharia de controle e automação foi esfaqueado dentro do campus, na madrugada de sábado (21), durante uma festa universitária. "Ele era um menino da paz. Estava até envolvido em uma campanha contra a violência em Barão Geraldo", disse a mãe da vítima, Maria Lurdes Papa Casagrande, que vive em Piracicaba (SP).

Nas redes sociais, amigos do universitário também saíram em defesa do rapaz. "Quem o conhecia sabe muito bem que Denis nunca apresentou histórico de comportamento desrespeitoso como o que tem sido veiculado. Além do mais, nunca participaria de uma "briga" como essa e tampouco por uma garota totalmente desconhecida".

Faca apreendida

Por volta das 23h desta segunda, Pegolo e parte da equipe dele saíram em diligência com a garota suspeita. Policiais relataram que eles teriam ido até a Unicamp, no local onde ela teria abandonado a arma usada no crime. Quando retornaram para a delegacia, um dos investigadores carregava um objeto em formato de faca envolto por um plástico. Questionado sobre a apreensão da arma, o delegado disse que esta informação ainda não pode ser divulgada.

Após encerrar os trabalhos, Pegolo afirmou, ainda, que o inquérito continua em aberto e que as investigações serão retomadas na manhã desta terça, agora, com o relato de pessoas ligadas ao universitário. O delegado disse, ainda, que vai tentar acesso a imagens do circuito de câmeras da universidade com registro da confusão. "As investigações avaçaram satisfatoriamente. A Polícia Civil investigou hoje exaustivamente. Dependemos da parte contrária ser ouvida e imagens pra gente fechar o inquérito policial. A gente espera fechar o caso esta semana", afirmou.

Omissão de socorro

A família acusa a universidade de omissão de socorro, já que, segundo a mãe dele, estudantes pediram auxílio da segurança para providenciar ajuda à vítima, o que foi negado. ?Eles pediram parar entrar com o veículo para socorrê-lo, mas só tiveram permissão quando meu filho já estava praticamente morto?, disse Maria Lourdes.



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