Mulher de Bruno diz ter ouvido que Macarrão queria matar Eliza

“Muitos dizem que eu estava na hora errada e no lugar errado”. disse ela

Goleiro Bruno | Divulgação
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Uma carta redigida pela mulher do goleiro Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ao promotor Gustavo Fantini foi lida nesta segunda-feira no Fórum de Contagem, durante audiência sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do jogador. Segundo o texto, Dayanne afirma ter ouvido que a intenção de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, era matar Eliza e o filho dela com o goleiro.

"Muitos dizem que eu estava na hora errada e no lugar errado, mas eu estava no lugar certo. Eu ouvi do Sérgio que a intenção do Macarrão era matar mãe e filho", diz Dayanne na carta. A mulher de Bruno, também acusada no processo, confirmou a autoria e a assinatura da carta.

Durante a leitura, o advogado de Bruno, Ercio Quaresma, pediu que o promotor apresentasse a data da carta, o dia que a correspondência foi entregue ao Ministério Público e os motivos de não ter sido anexada ao inquérito.

Depoimento à polícia

Durante a audiência, também foi apresentado o depoimento dado à polícia por Dayanne, quando o inquérito ainda estava com delegados do DIHPP. Na época, ela afirmou que acreditava na morte de Eliza Samudio. "Na minha opinião a Eliza está mesmo é morta", disse.

Na época, o advogado Ercio Quaresma havia orientado Dayanne a não prestar declarações, mas ela solicitou que fosse trocado advogado e, por isso, pediu para ser ouvida.

Hoje, porém, ao ser perguntada pela juíza se confirmava todas as declarações dada à polícia, Dayanne retificou e disse que a afirmação dela teria sido mal interpretada pelos delegados que colheram o depoimento dela.

Dayanne teria chegado a conclusão que Eliza está mesmo morta devido às informações que foi recebendo sobre os acontecimentos a partir do dia 10 de junho, data que a polícia disse ter havido o crime.

O caso

Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.



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