Mulher trans denuncia agressão e tentativa de estupro em praia

Amanda dos Santos conta que nunca tinha visto os agressores antes

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A Polícia Civil investiga a agressão a Amanda dos Santos, de 48 anos, em Florianópolis. Ela conta que foi estrangulada, espancada, levou um "mata-leão" e posteriormente foi atropelada em Canasvieiras. Segundo ela, dois homens a roubaram e tentaram abusar sexualmente, mas ao "descobrirem" que ela é uma mulher trans, a agrediram violentamente. Ninguém foi preso até esta sexta-feira (7).

A atriz e costureira registrou o boletim de ocorrência na quarta-feira (6), na Delegacia de Proteção a Criança, ao Adolescente e a Mulher (Dpcami) da capital, mesmo dia em que prestou o exame de corpo delito. O caso, no entanto, ocorreu em 25 de novembro.

Conforme o delegado Flávio Lima e Silva Júnior, a ocorrência foi registrada como tentativa de estupro e roubo."Foi determinado à equipe de investigação dessa delegacia que atue no caso.O fato ocorreu há alguns dias, o que dificulta a apuração, mas está sendo investigado", disse.

Ama, como se identifica artisticamente em apresentações teatrais, conta que registrou o boletim tardiamente por não conseguir levantar da cama até então. "Fiquei muito machucada, quando saí do hospital me deram apenas dipirona. Lesões no rosto, pescoço, lateral de quadril. Eles me apagaram", conta.

Ela relata que na noite do dia 25 de novembro estava na orla da praia de Canasvieiras aguardando o marido, que é vendedor de camisetas, buscar produtos na casa de um amigo. "Eu fui até a beira-mar, entrei um pouquinho na água, os pés, quando eles me abordaram e me levaram para um lugar ermo", conta.

"Foi uma tentativa de feminicídio. Eles me estrangularam e tentaram abusar sexualmente, passando a mão em mim. Eles me roubaram e depois que viram meu cartão do Setuf (cartão de ônibus) com nome masculino, foi pior. Até então estavam mexendo com uma mulher. Depois falaram "esse traveco aqui", "é um viado", "tem que matar viado" e me apagaram", disse.

Ela conta que nunca tinha visto os homens antes. Depois do espancamento, recorda ter caminhado em uma avenida do bairro até um carro bater nela e ter desmaiado. Ama suspeita terem sido os mesmos agressores.

A vítima diz que foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canasvieiras e posteriormente para o Hospital Celso Ramos. "Eu fiquei inconsciente, três dias no ambulatório. Não conseguia lembrar de ninguém", afirma.

Posteriormente, o hospital conseguiu identificar o endereço da casa da mãe dela, para onde foi encaminhada. Por dias, ficou sem conseguir enxergar pelas pancadas no olho direito. Da bolsa, foram levados o celular, cartões e dinheiro, como registrado no boletim de ocorrência.

"Não quero que me aceitem, mas que me deixem em paz. Eu sou humana. Amanda é uma mulher que merece ter respeito", afirma.



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