Mulheres são presas ao tentar entrar com chips, celulares e drogas na Penitenciária de Pedrinhas

Uma delas é esposa de um preso condenado por assalto e homicídio

Mulheres estão no Plantão Central da Vila Embratel | Reprodução
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Duas mulheres foram presas neste sábado (11) ao tentar entrar no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, com celulares, chips e drogas. Este é o primeiro fim de semana com as novas regras para visitas em Pedrinhas, após o reforço da polícia na segurança para tentar evitar a entrada de armas, drogas e celulares. A Tropa de Choque da Polícia Militar está fiscalizando os agentes penitenciários enquanto eles revistam os parentes dos detentos durante as visitas. Durante a semana, outras três mulheres tentaram entrar em Pedrinhas com chips, celulares e drogas.

Victoria de Moura Silva, de 18 anos, tentava entrar no Presídio São Luís I com cinco chips de aparelho celular. Ela é esposa do preso condenado por assalto e homicídio Marcos Antonio de Carvalho.

Valquiria Silva dos Santos também tentava entrar no Presídio São Luís I com quatro celulares, 10 chips, três carregadores de celular e quatro trouxas de cocaína. Elas foram conduzidas para o Plantão Central da Vila Embratel.

Outras prisões

Na quinta-feira (9), duas mulheres foram presas tentando entrar com cartões de memória, chips e loló, um entorpecente preparado clandestinamente usado como inalante. Samia Bruna Freire de Sousa, de 24 anos, foi presa com um vidro de aproximadamente 500 ml com loló. Segundo a Polícia Militar ela iria levar a droga para o detento Anderson Bruno Santos Lima.

Iranjaguer Raimunda Pacheco dos Santos, de 38 anos, foi presa com 12 chips de celulares, 11 cartões de memória de celulares, um adaptador e um par de brincos. Segundo a PM, ela tentava levar este material para o preso Hilton Torres.

E na quarta-feira (8) uma mulher foi presa tentando entrar com celulares, serras e maconha. Ela foi identificada como Francineide Lavras, de 31 anos, e ao tentava entrar no presídio São Luís II com serras, celulares e drogas. O material foi encontrado dentro de uma caixa de remédio, durante revista a familiares de presos. Segundo a polícia, a suspeita disse que seu marido estava doente e precisava do medicamento. Na hora, a segurança vistoriou a caixa e encontrou quatro serras, dois celulares e 500 gramas de maconha.

Crise no sistema carcerário

No dia 9 de outubro, uma rebelião na Casa de Detenção (Cadet) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), deixou nove mortos e vinte feridos. No dia seguinte (10), o governo do Estado decretou estado de emergência no sistema prisional do Maranhão.

No dia 14 de outubro, a Força Nacional chegou em São Luís para reforçar a segurança nos presídios da capital.

No dia 14 de novembro, a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu providências ao Estado para evitar mais assassinatos dentro dos presídios maranhenses. No site, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos manifesta preocupação pelo alto número de mortes violentas em presídios do Estado. Na época, 47 detentos haviam morrido no sistema penitenciário.

No dia 17 de dezembro, uma briga entre integrantes de uma mesma facção crimonosa deixou quatro mortos - três decapitados - e cinco feridos no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

No dia 19 de dezembro, a Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou ao governo brasileiro, por meio de uma medida cautelar da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que adote medidas para evitar mais mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão.

No dia 27 de dezembro, o relatório de inspeção nos estabelecimentos prisionais do Maranhão foi enviado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), assinado pelo juiz Douglas de Melo Martins confirmando a ?precariedade do sistema prisional maranhense?.

No dia 2 de janeiro de 2014, dois presos foram encontrados mortos em Pedrinhas. Em 2013, de acordo com o relatório do CNJ 60 detentos morreram nos presídios do Maranhão.

Após operação da Tropa de Choque da Polícia Militar no Complexo Penitenciário de Pedrinhas no Maranhão, quatro ônibus foram incendiados e uma delegacia foi alvo de tiros em São Luís na noite de sexta-feira (3). O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, disse que os ataques foram ordenados por detentos do presídio.

Nos ataques de sexta, quatro ônibus foram incendiados na Vila Sarney, na Avenida Kennedy, no bairro João Paulo e na Avenida Ferreira Gullar. Além disso, duas delegacias foram alvo de tiros em São Luís, no São Francisco e na Liberdade.

Cinco pessoas ficaram feridas por conta dos ataques a ônibus na Vila Sarney Filho. A menina Ana Clara, de 6 anos, não resistiu às queimaduras que sofreu e morreu na manhã de segunda-feira (6). Ela teve mais de 90% do corpo queimado no ataque.

Nessa quarta-feira (8), a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o Brasil apure as recentes violações de direitos humanos e os atos de violência que ocorreram nos presídios do Maranhão, em especial no Complexo de Pedrinhas. No mesmo dia, o governo federal prorrogou até 23 de fevereiro a presença da Força Nacional de Segurança nos presídios do Maranhão. Inicialmente, as tropas permaneceriam no estado até 25 de dezembro.

Nessa quinta-feira (9), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou em São Luís a elaboração de um plano emergencial para tentar diminuir a violência no sistema carcerário do estado. Ao todo, serão 11 medidas. Entre elas, está a criação de um comitê gestor, gerido pela governadora Roseana Sarney e supervisionado pelo governo federal, que prevê ações integradas entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

Nessa sexta-feira (10), o Comitê Gestor de Ações Integradas do Governo do Maranhão realizou a primeira reunião e definiu que os primeiros resultados dos núcleos de trabalho devem ser apresentados na próxima sexta-feira (17).

No mesmo dia, deputados estaduais membros da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão afirmam não ter conseguido visitar algumas das instalações que fazem parte do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo os deputados, a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) não autorizou a visita porque não teria sido previamente avisada.

A Governadora Roseana Sarney falou com a presidente do Conselho Nacional dos Secretarios Estaduais de Justica, Maria Tereza Uille Gomes, pedindo ajuda para conter a violência nos presídios do Maranhão. Maria Tereza confirmou que vem ao estado na quarta-feira (15).



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