Exclusivo Número de feminicídios no 1º semestre supera o de 2022; veja dados por estado

Foram contabilizadas mais de 1.500 notificações de mortes violentas de mulheres, consumadas e tentadas.

Cantora Sara Mariano, morta pelo próprio marido, o pastor Ederlan Mariano | Reprodução
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Os casos de feminicídios cresceram em 2023. Somente entre janeiro e setembro, os números superaram o mesmo período do ano passado. O MeioNorte teve acesso ao Monitor de Feminicídios no Brasil, e foram contabilizadas mais de 1.500 notificações de mortes violentas de mulheres, consumadas e tentadas. A nossa reportagem separou, mais abaixo, a lista completa com os dados.

Os dados foram divulgados no dia 10 de outubro deste ano pela LESFEM - Laboratório de Estudos de Feminicídios. Crimes como o da cantora gospel Sara Mariano, que repercutiu na última semana, são parte de uma estatística em crescimento contínuo nos últimos anos.

Cantora Sara Mariano, morta pelo próprio marido, o pastor Ederlan Mariano | FOTO: Redes Sociais

Entre janeiro e setembro deste ano, conforme o Monitor, 1.592 mulheres foram vítimas de mortes violentas, consumadas e tentadas, com indícios de feminicídios, no Brasil. O alerta é preocupante, pois a quantidade de vítimas expandiu, superando até o mesmo período do ano passado. 

“Essa realidade atingiu municípios, com ataques que não apenas ceifaram vidas de mulheres, mas deixaram cicatrizes emocionais, físicas e psicológicas em muitas mulheres sobreviventes. Esse número ainda pode ser apenas a ponta do iceberg”, diz o Lesfem.

Conforme a lista, São Paulo assume a primeira posição com 211 casos de feminicídios, em seguida Minas Gerais com 163, e em terceiro, Paraná. Amapá e Acre assumem as últimas posições, com 12 notificações. 

Número de feminicídios no 1º semestre supera o de 2022 | FOTO: Arquivo MN

Em setembro deste ano, a delegada Nathalia Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Piauí, explicou ao MeioNorte que o percurso até o crime de feminicídio inicia-se dentro de casa, na violência doméstica, quando o agressor demonstra sinais de abusos psicológicos, como “violência moral, xingamento, opressão, excesso de ciúmes, formas de controle”, que progridem à fatalidade.

“Geralmente é até uma questão de ciclos, ele começa com violência moral, xingamento, opressão psicológica, excesso de ciúmes, formas de controle, já é um alerta. A situação vai progredir. Tem muitas mulheres que acabam não se atentando a isso, achando que é o jeito do parceiro. O agressor não para por aí, ele progride e vai evoluindo. A vítima não identifica aquilo como violência e não faz a denúncia. Outro motivo é a questão do medo do agressor, pressão familiar, da dependência econômica, emocional, então são fatores que acabam influenciando”, ressalta.

CASOS NO PIAUÍ

Segundo as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado, somente entre janeiro e setembro deste ano, foram registrados 23 casos de feminicídios, caso este preocupante, pois no ano passado foram 24 notificações no total. No entanto, de acordo com o Monitor de Feminicídios no Brasil, foram 32 casos no estado piauiense. 

São quatro feminicídios por dia, em média, no Brasil nos últimos três anos. Um problema social cada vez mais presente no dia a dia brasileiro e ainda carente de soluções efetivas. Mulheres entre 25 e 36 anos continuam sendo as mais vitimizadas por este crime, conforme aponta o Monitor de Feminicídios no Brasil. Logo abaixo, a lista referente ao mês de setembro e ao ano.

CONFIRA A LISTAFonte: Lesfem



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