Filho de diretor da Friboi faz duras críticas e diz que irmão que acusa mãe faz do júri “um circo”

O filho mais velho do executivo foi ouvido na noite de quarta e admitiu nervosismo

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Marcus Vinícius defendeu a mãe em depoimento. | Estadão
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O estudante de direito Marcus Vinicius Magalhães, filho mais velho do ex-diretor da Friboi assassinado em 2008, diz que o irmão Carlos Eduardo faz do júri "um circo". Marcus Vinícius criticou o irmão na manhã desta quinta-feira (26), dia seguinte ao depoimento que prestou no júri defendendo a mãe da acusação de ter encomendado o assassinato do executivo Humberto de Campos Magalhães.

O filho mais velho do executivo foi ouvido na noite de quarta e admitiu nervosismo. "Eu acho que eu não consegui falar direito lá ontem porque estava nervoso. Não sou que nem meu irmão. Para o meu irmão, isso aqui é um circo, ele está achando o máximo vir aqui, dar entrevista. Eu não gosto", disse Marcos Vinicius, de 25 anos.

Segundo ele, a convivência entre Carlos Eduardo e Giselma nunca foi boa. "Sempre convivi mais com minha mãe. Meu irmão sempre odiou minha mãe, sempre teve raiva da minha mãe, ele mesmo fala isso".

Terceiro dia: vídeo e acusados

O terceiro dia de julgamento dos acusados de matar Humberto começou por volta das 11h15 desta quinta-feira (26), no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. A pedido da Promotoria, será apresentado o vídeo do depoimento de Kairon Alves à polícia.

Nele está registrado o depoimento no qual Kairon acusa a irmã Giselma de ser a mandante do crime. A gravação tem quase três horas de duração. Para o promotor José Carlos Consenzo, o vídeo do interrogatório é uma prova que a confissão é verdadeira.

"Esse vídeo compreende também o momento pré e pós interrogatório, porque lá dentro do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) foi filmado tudo, as conversas que ele teve antes, as conversas que ele teve depois. Isso é extramamente importante para verificar a tranquilidade, a veracidade, a absoluta ausência de qualquer coação fisica e moral do Kairon e, principalmente, para mostrar também que antes do vídeo ele fez exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) e após o interrogatório", afirmou.

Após os interrogatórios dos acusados de matar Humberto, começará a fase de debates entre a acusação e defesa, com duas horas e meia para cada uma das partes.

Se o promotor José Carlos Consenzo optar pela réplica, terá mais duas para sua explanação, mesmo tempo concedido aos defensores para tréplica. Em seguida, o Conselho de Sentença se reúne para decidir sobre o caso.

Segundo dia: irmãos falam

Na quarta-feira (15), segundo dia de julgamento, os destaques foram para os depoimentos dos irmãos Carlos Eduardo Magalhães, de 22 anos, e Marcus Vinícius Campos de Magalhães, filhos da ré Giselma e da vítima Humberto.

Como testemunha de defesa, o estudante de direito Marcus Vinícius Campos de Magalhães afirmou acreditar na inocência da mãe. Ele disse que ela não tinha motivos para matar o pai. Entretanto, o advogado de defesa, Ademar Gomes, criticou a desenvoltura do jovem no júri.

"Ele estava tenso, nervoso, travou por completo. Não posso aceitar isso de um estudante de direito. Ele prejudicou muito a defesa. O filho não soube defender a mãe", afirmou Gomes.

À tarde, o estudante de administração Carlos Eduardo Magalhães, de 22 anos, disse, por sua vez, que a mãe Giselma Carmen Campos perseguia o pai. ?Ela vivia perseguindo meu pai, ligava para saber o horário de entrada e de saída da empresa, ligava para os seguranças para saber se ele estava acompanhado de alguém?, afirmou durante os questionamentos da promotoria.

Carlos Eduardo afirmou que a mãe nunca negou o crime, apesar de ressaltar que eles não falavam sobre o caso. ?Em nenhum momento ela tentou se defender do crime, dizendo que não mandou executar meu pai."

A ré estava na sala durante o depoimento de Carlos Eduardo. Ela manteve a cabeça baixa, escrevendo em folhas de papel. Giselma não esboçou reação durante as respostas do filho ao promotor do caso. O jovem chamou a mãe pelo nome durante todo o tempo.

Questionado pelo promotor José Carlos Consenzo sobre o motivo de se referir a mãe como Giselma, ele respondeu que sempre a tratou assim. ?Eu não considero mãe uma pessoa que tem coragem de fazer comigo o que muitas pessoas não fariam?, justificou.

Primeiro dia: mulher e delegado

No primeiro dia, três testemunhas de acusação foram ouvidas pelo júri. A veterinária Adriana Ferreira Domingos, que vivia com a vítima na época do assassinato, foi a terceira e última a depor. Ela relatou as ameaças da ex-mulher da vítima, Giselma Carmen Campos.

?Ela ligava no meu celular e falava um monte de coisas, xingava, dizia um monte de barbaridades, me ameaçava, ligou inclusive no meu trabalho. Falou que eu não ficaria com ele e que faria o possível para que isso acontecesse?, afirmou.

A veterinária contou aos jurados que os dois iniciaram o relacionamento em dezembro de 2007, quando Magalhães já estava separado da mulher, e passaram a morar juntos em São Paulo em fevereiro de 2008. ?Quero ver na cadeia quem fez isso com ele. Eu não tenho ódio nenhum dela. É uma coitada. Mandou matar o pai dos filhos dela?, afirmou.

Antes dela, prestou depoimento o delegado Rodolpho Chiarelli Júnior, que investigou o assassinato. Ele disse não ter dúvidas que Giselma planejou o crime. ?Eu afirmo e reafirmo que ela é a mentora intelectual desse crime e é uma afronta para mim ela estar solta?, afirmou o policial, que trabalhava no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O crime

Segundo a polícia e a promotoria, Giselma passou a planejar o assassinato de Humberto depois da separação informal do casal. Apesar de estarem casados judicialmente, eles estavam separados na época do crime, em 2008.

Giselma procurou o irmão Kairo Alves, no Maranhão, que havia saído da prisão, onde passou 18 anos condenado por tráfico de drogas. Segundo a polícia, Kairo veio a São Paulo e contratou dois pistoleiros no Centro de São Paulo. A investigação mostrou que Giselma pagou ao irmão e aos pistoleiros cerca de R$ 30 mil.

No dia da morte, um dos assassinos utilizou o celular do filho mais velho de Humberto, entregue por Giselma, e telefonou para o executivo dizendo que o jovem estava passando mal, no meio da rua. Humberto saiu de casa apressado e foi à rua indicada procurando o filho de casa em casa. Ao voltar para o carro, um motoqueiro se aproximou e depois de uma rápida discussão disparou dois tiros que mataram Humberto.



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