Pedreiro que teve RG clonado deixa prisão

Ele estava preso há 46 dias no Centro de Ressocialização da cidade.

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A Justiça de Atibaia, no interior de São Paulo, determinou na terça-feira (11) a revogação da prisão preventiva do pedreiro Cosme Luis de Lima, que estava preso há 46 dias no Centro de Ressocialização da cidade.

O juiz que determinou a liberdade afirma em sua decisão que as testemunhas da ocorrência não reconheceram o pedreiro como o homem que assaltou um ônibus em Atibaia em 2006.

"A defesa esclareceu que o indivíduo preso teve seus documentos clonados e que não é o autor do delito. Foram juntados, aos autos, o auto de reconhecimento negativo de duas das testemunhas", informou o juiz em seu despacho.

Lima também se submeteu a um exame grafotécnico para provar que a sua assinatura não bate com a do homem suspeito de ter cometido o assalto que prestou depoimento na delegacia de Atibaia quatro dias após o crime. O resultado ainda não foi divulgado. Apesar de ser colocado em liberdade, Lima continuará respondendo ao processo até a sentença final.

Procurado

Quando o prenderam, em 25 de junho, policiais civis estavam à procura de um homem condenado pela Justiça por uma assalto a um ônibus ocorrido em 2006. À época do crime, o suspeito foi reconhecido por testemunhas e levado à delegacia de Atibaia, onde apresentou uma cédula de identidade idêntica a do pedreiro. Como era apenas um suspeito, a polícia não registrou foto e nem digitais do homem, liberado após a assinatura de uma declaração.

O homem que esteve na delegacia deixou endereço falso e naturalmente não foi localizado em Atibaia. As investigações levaram os policiais a Lima, preso enquanto trabalhava em uma obra em Engenheiro Coelho.

Libertação

Lima conta que foi solto por volta das 19h de terça-feira (11). "Procurei um orelhão e liguei para a minha esposa, que chamou meu irmão para me buscar", afirmou.

O pedreiro chegou a sua casa por volta das 22h de terça-feira. Mulher de Lima, a colhedora de laranjas Taciana Lopes dos Santos afirma que ninguém chorou, mas os filhos dele, Juliane, de 11 anos, Cassiane, de 8 anos, e Carlos Eduardo, de 6 anos, pularam de alegria. Durante toda a entrevista, as crianças permaneceram agarradas ao pai.

"Fui dormir tarde, mas com o espírito aliviado", afirma Lima, para quem as lembranças da prisão vão custar a sumir. "Isso marca a gente para sempre", afirmou.

Na primeira manhã livre, ele cortou o cabelo para voltar ao visual de antes da prisão. "Ele é vizinho da gente, sempre foi trabalhador. Quando foi preso, nem acreditei", disse o cabeleireiro Ilvando Antunes dos Anjos.

Lima afirma que vai retomar a obra em que trabalhava com o irmão antes de ser preso e fazer o que for possível para corrigir a clonagem de sua cédula de identidade. "Eu não sei como funciona, mas vou fazer o possível para mudar isso", afirmou. Suplente de vereador, ele está preocupado com a repercussão do caso em sua carreira política.

O pedreiro, que pediu dinheiro emprestado a amigos para pagar advogados, disse que terá de vender parte do patrimônio para saldar dívidas, mas não perdeu o bom humor.

Ao apontar o velho Kadett estacionado na garagem, brincou: "Levei ao mecânico porque achei que o motor estava batendo, mas ele me disse que, na verdade, está apanhando."



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