PM preso em operação da PF é dono de mansão no Rio

PM preso em operação da PF é dono de mansão no Rio, diz delegado

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um policial militar preso nesta quarta-feira durante operação da Polícia Federal no Rio --suspeito de participar de uma quadrilha de roubos de cargas--, é proprietário de uma mansão de quatro andares em Nova Friburgo, região serrana do Rio. A informação foi divulgada na tarde de hoje pelo delegado Elias Escobar, chefe da PF em Macaé.

Segundo Escobar, o cabo identificado apenas pelo sobrenome Cunha possui em sua casa vários artigos de luxo, piscina térmica com cascata artificial e banheira de hidromassagem.

Suposta mansão de quatro andares pertencente a um PM preso por suspeita de roubar cargas no Rio; cabo ganha R$ 1.300 mensais

De acordo com a assessoria da PM, um cabo ganha cerca de R$1.300 por mês. "Com o salário dele não teria mesmo como comprar essa mansão na região serrana", disse Escobar. A PF não informou se o PM suspeito já possui advogado.

Além do cabo Cunha, outras 39 pessoas foram presas, entre elas 12 policiais militares e civis. A megaoperação da PF --chamada "roubo noturno"-- tem o objetivo de cumprir 55 mandados de prisão, sendo 16 de policiais, para deter integrantes de três quadrilhas especializadas em roubos de cargas (principalmente de gêneros alimentícios e remédios), arrombamento de cofres e caixas eletrônicos.

Segundo a PF, cerca de 400 agentes participam da ação. Dos 19 mandados que ainda devem ser cumpridos, três são de policiais.

"A participação dos policiais nas quadrilhas visava a garantir o sucesso da empreitada criminosa, seja através da execução direta dos crimes, ou na segurança e impunidade dos envolvidos", disse o Promotor de Justiça Paulo Wunder, Coordenador de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio.

Ele ainda acrescentou que "após quase dois anos de investigações, a polícia descobriu que as quadrilhas agiam há quase dez anos e que eram interligadas, pois tinham o envolvimento dos mesmos policiais". Segundo Wunder, os policiais "atuavam no planejamento e segurança da ação para garantir a impunidade, através da facilidade do cargo que tinham".

O delegado Rivaldo Barbosa de Araújo, subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança Pública, criticou o envolvimento dos policiais na quadrilha.

"Nós não compactuamos com essas ações, uma vez que os policiais são pagos para proteger a sociedade e não para agir contra ela. Fica a sensação de indignação com essas pessoas que tentam manchar a corporação".

PUBLICIDADE

Durante a operação, foram apreendidas 12 armas, 11 celulares, 17 carregadores, além de 50 caixas de remédios, documentos e munições. Todo o material estava na casa de um dos policiais civis suspeitos de pertencer à quadrilha.

A PF afirmou que o grupo agia, principalmente, na avenida Presidente Dutra, na Niterói-Manilha e na BR-101 no período da noite. A quadrilha abordava caminhoneiros e os mantinham reféns durante o tempo em que roubava a carga, geralmente, de carne. Após o roubo, os alimentos eram distribuídos para venda em comércios da região e de outras localidades do Estado do Rio.

As investigações sobre o grupo tiveram início em dezembro de 2007, após um roubo a uma agência da Caixa Econômica Federal, quando foram levados cerca de R$ 140 mil. Ainda de acordo com a PF, a identificação das três quadrilhas aconteceu porque alguns suspeitos agiam em mais de uma delas.

As buscas e apreensões acontecem em 12 cidades do Rio --Macaé, Nova Friburgo, Duque de Caxias, Guapimirim, São Sebastião do Alto, São João de Meriti, São Gonçalo, Teresópolis, Itaguaí, Campos, Cachoeiras de Macacu, Niterói--, e em Além Paraíba (MG).



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES