PM acusado de atear fogo em jovem está em choque, diz defesa

Policial foi detido por companheiros na madrugada deste sábado (8). Jovem de 19 anos foi internado com 60% do corpo queimado

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O policial militar Marcelo Penny Ribeiro, que foi preso na madrugada deste sábado (8) sob a suspeita de atear fogo em um jovem na Zona Sul de São Paulo, foi levado para a 3ª Companhia do 46º Batalhão da PM, que fica na região do Sacomã. Segundo seu advogado, ele estava em ?choque? nesta tarde por conta do ocorrido.

?No momento ele se encontra muito abalado?, explicou Thiago de Souza Duca, advogado da Associação de Cabos e Soldados da PM. ?Ele vai falar somente em juízo?, disse. Ainda de acordo com Duca, Marcelo Penny Ribeiro, de 33 anos, também sentia muitas dores, pois seus braços acabaram sendo queimados durante a ocorrência.

Penny deixou o batalhão pouco antes das 17h em um carro com outros três policiais. Segundo o advogado, ele será levado para o seu batalhão de origem para dar prosseguimento aos processos administrativos internos da corporação. Ao final das investigações, ele deverá ser conduzido ao Presídio Romão Gomes.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o jovem Uoshington Ramalho da Silva teve 60% do corpo queimado. Nesta tarde, ele permanecia internado no Pronto-Socorro Saboya, na região do Jabaquara.

Entenda

O caso aconteceu após acabar o combustível da moto em que estavam os jovens Uoshington Ramalho da Silva e William Gonçalves da Silva. Um casal se ofereceu para ajudá-los e foi buscar gasolina. Em seguida, quatro policiais abordaram os amigos. O casal voltou com o combustível e foi embora.

Segundo Willian, de 22 anos, o policial jogou gasolina em sua cabeça, mas ele conseguiu escapar, porque saiu correndo. ?Ele falou para arrumar uma arma: "vocês aí tem tatuagem de ladrão e não têm uma arma?"?, contou o jovem.

Após uma discussão, o soldado teria ficado bravo e jogado a gasolina sobre os amigos. "Só vi o fogo no menino e saí correndo", disse William. O outro rapaz, Uoshington Ramalho da Silva, de 19 anos, começou a pegar fogo na calçada.

De acordo com o comandante interino, Gilson Paulo, o soldado descreveu o ocorrido como "um acidente". "Segundo a versão dele, o cigarro que ele estava fumando caiu ao chão e acabou pegando fogo em uma das vítimas. Um acidente", afirmou o comandante.

A Polícia Militar informou que o soldado recebeu voz de prisão dos próprios companheiros, que também precisaram contê-lo, porque "não compactuaram com a atitude do acusado?. O soldado está na corporação há dois anos.

Confira abaixo a íntegra da nota divulgada pela Polícia Militar:

A Polícia Militar esclarece que, em circunstâncias que são objeto de apuração criminal e disciplinar, durante uma abordagem policial ocorrida nesta madrugada na zona sul da capital (bairro do Jabaquara), uma pessoa foi vítima de queimaduras. Todas as ações visando a apuração do fato foram adotadas de imediato pela Instituição, o que culminou na prisão em flagrante de um Policial Militar, apontado preliminarmente como autor da agressão. O acusado está sendo encaminhado ao Presídio ?Romão Gomes?.

Ressalta-se que a voz de prisão foi dada no próprio local dos fatos pela graduada que compunha uma das equipes que atendiam a ocorrência. O policial apontado como autor dos fatos que levou às queimaduras foi contido pelos demais componentes das equipes que não compactuaram com a atitude do acusado. A Corregedoria da PM acompanha de perto o caso.

A Polícia Militar esclarece ainda que não compactua com atos ilegais e apura com rigor desvios de conduta e crimes eventualmente cometidos por seus integrantes, de acordo com a Lei.



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