Polícia diz que menina morta num suposto prostíbulo não foi violentada

Delegado confirma que laudo do IML não apontou agressões do tipo. Mãe e padrasto seguem presos, após ele ter confessado o crime.

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A menina Camilly Vitória Ferreira de Miranda, de três anos, morta no dia 14 de junho, em um suposto prostíbulo de Cajatix, no interior de São Paulo, não foi vítima de violência sexual. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Tedi Wilson de Andrade.

Segundo o delegado, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Cajati ainda não lhe foi entregue de maneira oficial, porém, informalmente, ele já foi avisado sobre o resultado do exame pericial. ?O laudo ainda não chegou na minha mão, mas pelo que me foi passado, efetivamente, não houve violência sexual?, diz Tedi.

Camilly foi espancada até a morte, em crime assumido pelo seu padrasto, Erik Leite de Carvalho. A mãe da criança, Rayana Cristina Ferreira de Lima, também foi indiciada por homicídio qualificado, apesar de não ter admitido em seu depoimento a participação no espancamento que culminou na morte de sua filha. Rayana tem um outro filho.

O casal está preso preventivamente. Por sua vez, o inquérito policial já foi concluído e encaminhado para o poder judiciário. ?Os dois continuam presos, de maneira preventiva, tendo em vista que as agressões que culminaram com a morte da Camilly foram confirmadas. O padrasto já informou a autoria do crime, mas ele sustenta a versão de que houve a participação da mãe. Concluimos as investigações e o laudo do IML será anexado ao caso, que agora passa para as mãos da justiça?, explica.

Protesto de moradores

Moradores de Cajati, no Vale do Ribeira, e amigos da família de Camilly, realizaram na semana passada, um protesto pelas ruas da cidade. Os manifestantes acenderam velas e se reuniram em uma prece pela criança. Segundo a polícia, o padrasto de Camilly confessou tê-la espancado até a morte, após beber e consumir drogas. A participação da mãe ainda não foi totalmente esclarecida, mas ambos foram autuados por homicídio qualificado e estão detidos.

Com cartazes e placas, as dezenas de pessoas presentes na ação se concentraram em uma das praças da região central de Cajati. Os manifestantes também atuaram em frente ao bar e lanchonete "Pantera Negra", onde teria ocorrido o crime.

Em certo momento, as pessoas protestaram contra o Conselho Tutelar. Isso porque a avó de Camilly, Sonia Elizabeth Ferreira, diz ter comunicado ao órgão os maus tratos que a criança recebia. "Eu avisei o Conselho Tutelar sobre possíveis agressões. Eles disseram que foram lá no bar, mas não resolveram o problema. Ainda disseram para investigar por conta própria, e que, se descobrisse algo, avisasse eles. Eu acho que o Conselho Tutelar tem culpa nessa história", ressalta.

Investigações

O delegado responsável pelo caso, Tedi Wilson de Andrade, diz que o casal acabou confessando a agressão após ter sido interrogado separadamente. ?A mãe disse que apenas o padrasto espancou a menina e que ele pediu para ela ocultar a história. Já o homem admitiu que bateu na criança até a morte, porque era madrugada e ela não parava de chorar. Ele contou que havia bebido e se drogado com cocaína. No entanto, ele diz que a mãe também ajudou a espancar e que, quando a menina parou de chorar, eles pararam de bater nela", relata Andrade.

O delegado afirmou ainda que, ao falarem sobre o episódio, tanto a mãe, Rayana Cristina Ferreira de Lima, quanto o padrasto, Erik Leite de Carvalho, se mostraram indiferentes. "Ao contar o que aconteceu, ele foi frio, falou como se nada tivesse acontecido. A mãe também foi fria, sem remorso. Ela só chorou uma vez, quando viu a criança, mas a reação dela não foi de desespero", acrescenta o delegado.

Questionado sobre a versão da família da menina, de que o local onde ela foi agredida, conhecido como "Pantera Negra", seria um prostíbulo, o delegado respondeu que só novas investigações vão poder confirmar isso. "Trata-se de uma lanchonete, um bar. Eu questionei a proprietária do estabelecimento, mas ela tem alvará de funcionamento do local como um bar. Nos fundos, há seis quartos. A dona alega que a mãe chegou há 20 dias e que ela trabalharia no balcão para pagar a estadia. Agora, se há encontros amorosos no local, é uma situação que ainda temos que apurar. Pelo que pude constatar, é um bar mesmo, com estrutura bem precária até", completa Andrade.

Conselho Tutelar

Por meio de nota, o órgão esclarece que a situação foi mesmo informada e que foram feitas duas visitas ao bar como "ação verificatória", mas nas duas ocasiões não foram encontrados nem o casal nem as crianças. No local, uma atendente teria informado que não havia ninguém morando no imóvel.



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