Polícia diz ter achado moto usada na morte da juíza Patrícia Acioli

A moto aparece nas imagens das câmeras de monitoramento seguindo o carro da juíza

A juiza Patricia Acioli, executada por policiais. | Reprodução
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A Polícia Civil diz ter localizado a moto usada na noite do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto deste ano. A moto foi achada depois de uma denúncia anônima, perto da casa de um dos policiais acusados de envolvimento no crime, no Morro São José, no subúrbio do Rio. A moto aparece nas imagens das câmeras de monitoramento seguindo o carro da juíza, do Fórum de São Gonçalo até a casa dela, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

TJ decreta prisão de 11 PMs

Na noite de segunda (11), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva dos 11 PMs suspeitos de envolvimento de Patrícia Acioli. A decisão é do juiz Peterson Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói, "a fim de garantir a ordem pública, a conveniência da instrução processual e assegurar a aplicação da lei penal". As informações são do site do TJ-RJ.

De acordo com o TJ-RJ, os 11 serão indiciados por homicídio triplamente qualificado, sendo que dez deles também responderão por formação de quadrilha armada. Também nesta segunda, os 11 policiais foram denunciados pelo Ministério Público do Rio. Na denúncia, o Ministério Público pediu ainda que o tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar (São Gonçalo), apontado como mandante do crime, e o tenente Daniel Santos Benitez Lopez, acusado de executá-lo, sejam transferidos para um presídio federal, fora do Rio de Janeiro, em Regime Disciplinar Diferenciado, com restrição de comunicação e isolamento. O juiz, no entanto, decidiu mantê-los, provisoriamente, nos lugares onde estão até a manifestação dos advogados dos réus sobre o pedido do MP.

O tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira é ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo) e do 22º BPM (Maré). Na ocasião em que foi preso, ele afirmou ser inocente.

O juiz Peterson Barroso Simão negou ainda pedido da defesa do tenente-coronel para que ele fosse transferido para o Batalhão Especial Prisional.

?Fica prejudicado por ora, pois, a periculosidade é evidente, havendo vestígios de uma organização criminosa, bem estruturada, ramificada e articulada. A inconveniência da prisão no Batalhão Especial Prisional no caso concreto ficou demonstrada através de conversa telefônica de um dos acusados, ao mesmo tempo em que a imprensa noticiou recente fuga de terceiro?, destacou.

Denúncia do MP

Segundo a denúncia do MP, os 10 PMs do 7º BPM (São Gonçalo), liderados pelo tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, "associaram-se em quadrilha armada para o cometimento de vários e sucessivos delitos de ação penal pública, em especial, os crimes de concussão, extorsão, extorsão mediante sequestro, peculato, homicídios qualificados, auferindo em média a quantia semanal entre R$ 10 mil e R$ 12 mil, dividida entre os seus integrantes".

A denúncia afirma ainda que eles "se revezavam nas práticas ilícitas de receber dinheiro e outras vantagens espúrias dos traficantes para deixar de reprimir o comércio de drogas em determinadas "bocas de fumo"; exigiam dinheiro, armas e outras vantagens ilícitas dos traficantes como forma de não prender em flagrantes agentes do tráfico e se apropriavam indevidamente de dinheiro, armas e munições apreendidas em incursões policiais de naturezas diversas, formando o que se convencionou chamar de "espólio de guerra".

Para o procurador-geral de Justiça do estado do Rio, Cláudio Lopes, isso mostra que os PMs presos são "verdadeiros bandidos travestidos de policiais, agentes credenciados pelo estado que se organizavam de forma terrível, criminosa, para praticar uma série de barbaridades" na região de São Gonçalo, culminando com o plano e execução da juíza.



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