Polícia investiga se corpo achado em rio é de marido de policial decapitado

Ele foi sequestrado, decapitado e teve a cabeça jogada na porta da casa da família

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A polícia investiga se restos mortais encontrados no Rio Guandu, no trecho próximo à Rodovia Presidente Dutra, em Queimados, na Baixada Fluminense, na noite desta terça-feira, são do ex-jogador e comerciante João Rodrigo Santos Silva, de 35 anos. Ele foi sequestrado, decapitado e teve a cabeça jogada na porta da casa da família, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na madrugada daquele dia. Ele era marido de uma soldado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro de São Carlos, na Zona Norte da cidade.

Segundo informações do 24º BPM (Queimados), os restos mortais são um tronco com uma parte do antebraço. Havia, também, pedaços de uma camisa. O cadáver foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Campo Grande, também na Zona Oeste. Segundo um PM, não há como definir a cor da roupa e nem há quanto tempo os restos mortais estavam na água.

O inspetor Rafael Rangel, da Divisão de Homicídios (DH), que investiga a morte do ex-jogador, peritos já foram ao IML de Campo Grande. O policial se reunirá com a equipe ainda esta manhã para saber se há possibilidade de os restos mortais serem de João e, se for esse o caso, o tronco será transferido para o IML do Centro.

- A providência será coletar amostras de material genético da família para fazer a comparação - disse Rafael.

A mãe do ex-jogador veio de Minas Gerais para o Rio para acompanhar as investigações. De acordo com o inspetor, há equipes da DH nas ruas à procura de mais informações e testemunhas. Os policiais tentam localizar um Astra verde que passou em frente à casa da família do comerciante e jogou a cabeça na calçada.

- Mais depoimentos serão ouvidos hoje (quarta-feira). Pedimos que quem tenha qualquer informações procure a polícia. Foi um crime de uma brutalidade sem precedentes - disse Rafael.

A DH não descarta qualquer hipótese para a motivação do crime, desde a participação de milicianos, de traficantes e até mesmo passional. A polícia investiga se um assalto à loja de João, ocorrido este ano e registrado na 33ª DP (Realengo), pode ter ligação com o assassinato.

Em choque

Colegas de farda de Geísa contaram que ela está em estado de choque. Segundo elas, a PM - que trabalhava no setor burocrático da UPP - ainda não consegue aceitar a morte brutal do marido, com quem estava casada há 11 anos. O casal não tinha filhos - João tinha um menino de um relacionamento anterior.

De acordo com policiais que trabalhavam com a soldado, João e Geísa eram muito felizes. Ela comentava com os colegas que se dava muito bem com o marido e costumava contar de surpresas que o ex-jogador fazia.

Na própria mochila

A mochila onde estava a cabeça de João foi encontrada pela mulher dele, Geísa Silva, de 31 anos, por volta das 5h30m. Ela reconheceu o objeto como sendo do marido e o abriu. Vizinhos ouviram a PM gritar: ?Meu Deus, é o João! É a cabeça do João!?. Em depoimento prestado nesta terça, Geísa contou que nem ela nem o marido sofriam ameaças.

Funcionários da loja de suplementos alimentares de João, que fica perto de sua casa, disseram aos policiais que o ex-jogador teve uma rotina normal na segunda. A DH já sabe que João foi rendido na porta do comércio por dois homens, um deles armado, às 19h45m. Um terceiro ficou na cobertura, no Astra verde. Os bandidos colocaram João no banco do carona de seu carro - um Hyundai i30, que ainda não foi encontrado - e seguiram com ele. A movimentação foi flagrada por uma câmera instalada na rua. A polícia analisa as imagens.

Carreira no futebol

Antes de se dedicar ao comércio, João foi jogador de futebol. A carreira durou nove anos - entre 1996 e 2005 -, durante os quais marcou 33 gols em 103 partidas. O comerciante era atacante, conhecido pelo apelido de Herói Humilde, e passou pelo Bangu, Madureira, Boavista, Volta Redonda, Tigres, Duque de Caxias, Olaria e Bonsucesso - times que disputam o Campeonato Carioca. Ele também jogou no paraense Remo, no Botafogo de Brasília e ainda em clubes fora do Brasil - o Oster, da Suécia, e o Olimpia, de Honduras.



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