Polícia quer formar perfil psicológico de padrasto de Joaquim que deve ser ouvido pela primeira vez

Acusado de participação da morte do menino deverá ser ouvido pela primeira vez nesta quarta-feira pela polícia Civil de Ribeirão Preto

Garoto foi encontrado morto após cinco dias de busca em um rio | Reprodução
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A Polícia Civil de Ribeirão Preto está em busca de informações sobre as relações familiares do técnico em informática Guilherme Rayme Longo, 28 anos, acusado de participação na morte do enteado Joaquim Ponte Marques, 3 anos. Após quase uma semana desaparecido, o corpo do garoto foi encontrado boiando em um rio da cidade de Barretos, no interior de São Paulo, no último domingo.

O delegado Paulo Henrique Mateus de Castro, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), afirma que a intenção é formar um perfil da relação entre o acusado e a família. Guilherme Longo está preso temporariamente, em local não informado, por questões de segurança. A mãe do menino, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, 29 anos, também está detida provisoriamente.

Guilherme Longo deverá ser ouvido pela primeira vez desde a sua prisão, na última segunda-feira, pela polícia. O delegado não descarta uma acareação entre os dois, caso seja necessário. "Estamos procurando fortalecer as provas para que a verdade apareça", diz o delegado.

Antonio Carlos de Oliveira, advogado de Longo, afirma que seu cliente não tem nada a temer. "O Guilherme é inocente e tem interesse em demonstrar isso. Ele vai falar sempre que for requisitado. Ele não aplicava insulina no menino. Ajudava eventualmente, sempre com a mãe".

O advogado refuta a tese de que o padrasto não tratava bem o menino. "Todos os que foram ouvidos até agora afirmam que ele tratava bem o garoto. Só tive acesso hoje aos autos. Preciso estudar a fundamentação da prisão temporária e planejar o pedido dessa revogação. O réu não tem porque estar preso", diz.

O promotor Marcus Túlio Nicolino, diz que há muito a ser explicado pelo acusado. Nicolino diz que Longo tem um histórico agressivo e que Natália foi agredida por ele em pelo menos duas oportunidades, enquanto estava grávida do filho do casal, hoje com quatro meses.

"Ela admitiu ter sido agredida em janeiro e fevereiro. Natália foi orientada pela família a não levar o caso à polícia pelo fato de estar grávida", disse ele.

O promotor diz também que é preciso averiguar porque o pai de Longo passou em frente à casa do filho, de carro, durante a madrugada em que o menino desapareceu. O carro foi flagrado por câmeras de segurança da rua em que o casal morava com a criança.

"A própria quebra do sigilo telefônico vai ajudar nisso. Para ver quem teve contato com quem naquela noite fatídica", diz.

Superdosagem de insulina

Na tarde de segunda-feira, o promotor Marcos Tulio Nicolino, que acompanha as investigações, disse, entrevista ao Terra, que declarações da mãe do garoto dão a entender que Joaquim possa ter sido vítima de superdosagem de insulina, aplicada pelo padrasto.

"Após o desaparecimento, ela (mãe) foi entregar a caneta que era utilizada para aplicar insulina. Nesse dia, o padrasto falou que tinha aplicado em si mesmo 30 doses de insulina. Porém, no dia anterior, ele disse que teria aplicado apenas duas doses", falou o promotor. Segundo Marcus, o padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, pode ter mudado a sua versão para tentar justificar o uso da insulina. "Depois do aparecimento do menino, ele falou que usou as 30 doses. Ele estaria tentando justificar o desaparecimento daquelas doses, que ele poderia ter aplicado no menino para matá-lo", completou.

O menino era diabético e precisava tomar doses constantes de insulina para sobreviver. Mas, para Marcus, a criança era vista como um problema na vida de Guilherme, que tem um filho de poucos meses com a mãe de Joaquim, Natália. "Ela (Natália) passou informações que nos levam a acreditar que o relacionamento dos dois não era harmônico como passado anteriormente. O casal brigava constantemente e um dos motivos era que o Guilherme não aceitava o filho de outro casamento. "Você tem um pedacinho do seu ex-marido aqui dentro de casa", teria dito ele em algumas ocasiões", falou o promotor.

Diante destas suspeitas, o delegado pediu exames que possam comprovar a existência dessa suposta superdosagem no organismo da vítima. Segundo ele, "todos os laudos já foram providenciados".

Desaparecimento

O corpo de Joaquim foi encontrado neste domingo, nas águas do rio Pardo, no município de Barretos, vizinho de Ribeirão Preto ? cidade na qual o garoto morava. Um exame preliminar de necropsia apontou que o garoto já estava morto antes de ser jogado no rio, segundo a Polícia Civil. A causa da morte, porém, ainda não foi confirmada.

Desde os primeiros dias do desaparecimento, as buscas foram concentradas na região do córrego Tanquinho e no rio Pardo, onde o córrego deságua. Na quarta-feira, um cão farejador da Polícia Militar realizou o mesmo trajeto ao farejar as roupas do menino e as de seu padrasto.

A Polícia Civil já havia pedido a prisão preventiva da mãe e do padrasto de Joaquim, mas a Justiça havia negado. O menino era diabético e vivia com a mãe, o padrasto e o irmão Vitor Hugo.

No boletim do desaparecimento registrado na Polícia Civil, a mãe relatou que acordou por volta das 7h e foi até o quarto da criança, mas não a encontrou. Em seguida, procurou pelos demais cômodos e na vizinhança, também sem sucesso. O garoto vestia uma calça de pijama com bichinhos quando foi visto pela última vez.



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