Preso na Islândia, Hosmany Ramos aposta que não será mandado de volta

Governo brasileiro pediu a extradição de médico foragido.

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Medico preso na Islandia | D
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/O ex-cirurgião Hosmany Ramos, que está foragido desde dezembro do ano passado O ex-cirurgião Hosmany Ramos, de 64 anos, foragido da Justiça brasileira e preso na Islândia, disse não crer que será extraditado para cumprir o restante de sua pena no Brasil, em entrevista ao G1 nesta quinta-feira (20), por telefone.

O médico foi condenado no Brasil em 1981 a 43 anos de prisão por homicídio, sequestro e roubo. Fez diversas tentativas de fuga e, no fim do ano passado, após um indulto de Natal, conseguiu fugir do país.

No dia 13 de agosto, ele foi preso na Islândia ao tentar embarcar para o Canadá com um documento falso, segundo a Polícia Federal. Na quarta (19), o governo brasileiro pediu a extradição de Hosmany Ramos.

Hosmany afirmou acreditar que a Justiça da Islândia vai analisar seu caso com olhar "humano".

"Estou em um país de primeiro mundo onde tudo é analisado de forma humanizada. (...) Eles não vão analisar meu caso pela ótica da Justiça brasileira. Eu já paguei minha pena, cumpri 27 anos. Escrevi dez livros e eles nem levaram isso em consideração para redução de pena."

Hosmany Ramos disse que não pensa na hipótese de voltar ao Brasil. "Eu não vou nem considerar isso porque não sou pessimista. Certa vez, quando fui em uma cartomante, ela me disse: "você vai ser preso, mas vai dar a volta por cima". E acho que esse meu "pit stop" na Islândia representa isso, a volta por cima".

A editora que publica os livros de Ramos informou à reportagem o telefone do presídio e disse que ele poderia atender ligações. O G1 ligou para a prisão onde Ramos está preso e falou com o carcereiro. A ligação foi transferida para o ex-cirurgião e ele mesmo atendeu ao telefone.

O ex-cirurgião disse que está em uma prisão que é "um verdadeiro hotel". Segundo ele, cada preso tem cela individual, computador, iPod, acesso à internet e todos passam o dia com a cela aberta. "É uma prisão decente", disse, afirmando que o local é o oposto das prisões pelas quais passou no Brasil.

Segundo Ramos, desde que foi preso na semana passada, ele passa os dia escrevendo uma autobiografia, que deve ser entregue à editora no ano que vem.

O ex-cirurgião afirmou que pretende, se necessário, levar seu caso para um tribunal internacional. "No Brasil, eles me condenaram à revelia e não provaram nada. Com base na imprensa, me colocaram um selo de condenado."

Para ele, o governo brasileiro quer trazê-lo de volta somente para mostrar eficiência. "Eles querem pegar um peixinho pequeno para sacanear e jogar aos olhos do "zé" povinho."

Ramos disse que já tem advogado na Islândia e que se trata de um "advogado importante" em Reijavik. O G1 tenta contato com o advogado pelo e-mail que Hosmany Ramos informou à reportagem.

Na quarta (19), o advogado de Ramos no Brasil, Marco Antonio Arantes de Paiva, contou ao G1 que o cliente estava na Noruega e pretendia ir ao Canadá. Ele foi preso em uma escala do avião em Reykjavik, capital da Islândia.

Hosmany diz ter sido condenado na Islândia a 15 dias de prisão, prazo que vence no fim deste mês. Ele afirmou que, caso seja liberado antes de uma decisão da Justiça da Islândia sobre sua extradição, não pretende fugir.

"Eles não precisam se preocupar. Isso aqui é uma ilha e eu não vou sair nadando. Se for de avião, vou ser rastreado."



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