Preso suspeito de ter atirado contra mulher grávida de nove meses

Alex Alcântara Arruda, 22 anos, foi preso após a denúncia anônima de uma pessoa que reconheceu o retrato falado

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A Polícia Civil de São Paulo identificou e prendeu nesta sexta-feira o suspeito de ter atirado e matado Daniela Nogueira, 25 anos, na noite da última terça (8) no Campo Limpo, zona sul da capital paulista. Daniela estava grávida de 9 meses e ficou internada em estado gravíssimo até a tarde de ontem, quando foi diagnosticada morte cerebral. A família autorizou a doação dos órgãos e o corpo de Daniela foi enterrado hoje à tarde. A filha dela, Gabriela, nasceu em um parto de emergência realizado no hospital e passa bem.

Alex Alcântara Arruda, 22 anos, foi preso após a denúncia anônima de uma pessoa que reconheceu o retrato falado divulgado ontem pela polícia. De acordo com o delegado Lawrence Luiz Ribeiro, do 37º DP (Distrito Policial), responsável pelo inquérito, o preso era procurado pela Justiça desde novembro de 2011 por roubo, crime pelo qual já teve ao menos duas passagens na polícia.

Arruda foi detido na região do Campo Limpo, em uma casa que fica próxima ao local do crime, e encaminhado ao 37º DP. Na tarde de hoje, a testemunha que socorreu Daniela e forneceu as informações que embasaram o retrato falado foi chamada à delegacia, onde ficou diante do suspeito. Segundo Ribeiro, a testemunha identificou Arruda "sem sombra de dúvidas" como o autor do disparo.

"Eu acredito que foi um crime de oportunidade. Temos imagens da Daniela dirigindo sem ser seguida por ninguém. A moto só começa a seguir quando ela se aproxima da casa. Eles viram uma mulher sozinha e decidiram ir atrás", afirmou Ribeiro, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.

Desde que foi preso, Arruda permaneceu em completo silêncio - não confirmou, nem negou o crime. A polícia já pediu à Justiça sua prisão temporária. A polícia disse acreditar que o crime foi uma tentativa de assalto e, segundo o delegado, o suspeito foi indiciado por latrocínio consumado - roubo seguido de morte.

No entanto, ainda não há suspeitas de quem é o co-autor do crime, o homem que pilotava a motocicleta flagrada nas imagens das câmeras de segurança do condomínio.

Entre ontem e hoje, de 30 a 40 suspeitos foram ouvidos por serem parecidos com o homem no retrato falado - pardo, magro, de olhos escuros, cabelos raspados e cerca de 1,75 m. Todos foram liberados após não ter sido constatada nenhuma relação com o crime.

Mais cedo, no início da tarde, o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, chegou a confirmar a prisão de quatro suspeitos de envolvimento no crime, e disse que a grávida havia sido vítima de uma tentativa de sequestro-relâmpago. Entretando, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou no fim da tarde que a declaração do secretário foi feita com base em informações preliminares que não se concretizaram, e confirmou a prisão apenas do autor do disparo.

Policiamento

O comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Benedito Roberto Meira, afirmou nesta sexta-feira que irá aumentar o número de policiais militares nas ruas do Campo Limpo. Na última quinta-feira (10), moradores do condomínio de Daniela e vizinhos da vítima fizeram um protesto para reclamar da falta de policiamento na região.

"Vamos fazer uma reestruturação do efetivo. Aquela região realmente precisa de mais policiais militares. A sociedade tem razão quando pede isso e não vamos atender porque faz sentido", afirmou o comandante da PM, em entrevista nesta sexta-feira, no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o coronel Meira, a ideia é realocar policiais de outras regiões com maior policiamento e envia-los para o patrulhamento do bairro na zona sul.

Tentativa de assalto

Grávida de nove meses no dia do crime, Daniela foi surpreendida por criminosos quando tentava estacionar o carro perto de sua casa. Durante a abordagem, o homem disparou contra a gestante e fugiu, sem levar nada. Diante da gravidade da vítima, os médicos decidiram por antecipar a gravidez por meio de uma cesariana. O bebê, que se chama Gabriela, nasceu e, apesar de ter passado pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, seu estado de saúde evolui satisfatoriamente.

Às 15h08 de quinta-feira, os médicos confirmaram a morte de Daniela. Com a bala ainda alojada, a secretária não resistiu aos ferimentos e teve a morte cerebral diagnosticada.



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