Preso, traficante Nem ofereceu R$ 1 milhão para “calar” a polícia

“Primeiro, eles ofereceram R$ 20 mil, depois, R$ 1 milhão para liberarmos eles”, contou um soldado

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O traficante Nem, um dos mais perigosos do Brasil. | Reprodução/TV Globo
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Um dos policiais militares envolvidos na ação que resultou na prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, diz que os homens que ajudavam na fuga do criminoso chegaram a oferecer R$ 1 milhão de suborno para que eles fossem liberados. Nem foi preso na madrugada de quinta-feira (10). Ele é apontado como o chefe do tráfico de drogas da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

?Primeiro, eles ofereceram R$ 20 mil, depois, R$ 1 milhão para liberarmos eles?, contou o soldado Heitor, um dos agentes do Batalhão de Choque que abordou o veículo usado na tentativa de fuga do traficante. Nem foi encontrado no porta-malas do carro de luxo e preso com apoio da Polícia Federal.

A prisão do traficante Nem é parte da movimentação de forças de segurança pública antes da instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha. A previsão é de que a ocupação aconteça no próximo domingo (13), mas de acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, os detalhes serão mantidos sob sigilo.

Escondido no porta-malas

Segundo o soldado Heitor, além do traficante, mais três homens estavam no carro usado na fuga de Nem da Rocinha. A primeira abordagem ao grupo foi na saída da Rocinha, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Lá, os PMs pediram para revistar o veículo. Um dos homens do grupo se apresentou como funcionário do Consulado do Congo e outro, como advogado. Eles informaram aos policiais que não aceitariam ser revistados. De acordo com soldado Heitor, os agentes informaram, então, que escoltariam o carro até a sede da Polícia Federal.

Ainda de acordo com o soldado, pouco depois da meia-noite, quando cruzavam a região da Lagoa, também na Zona Sul, os homens pararam o carro, se aproximaram dos policiais e tentaram negociar o suborno. ?O [homem que se apresentou como] cônsul ofereceu propina e nós não aceitamos. Chamamos a Polícia Federal, que é um procedimento normal por ele ser cônsul?, contou o soldado. Na manhã desta quinta, a identidade do detido que teria se apresentado como diplomata ainda era investigada pela polícia.

Segundo Heitor, após a PF chegar à Lagoa, o veículo foi revistado e Nem foi achado no porta-malas. ?A PF identificou o Nem de imediato. E o Nem não disse nem uma palavra, não ofereceu resistência?, disse.

Nem e os outros suspeitos foram levados para a sede da PF, na Zona Portuária. O delegado Victor Poubel, da PF do Rio, Nem ligou para a mãe e comunicou que havia sido preso. "Ele mandou um recado para os filhos não faltarem às aulas", disse o delegado. Segundo Poubel, o traficante deve ser transferido ainda nesta quinta para o presídio de Bangu, na Zona Oeste.



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