RJ não descarta pedir ajuda do Exército para controlar protestos

A cúpula da segurança do Rio de Janeiro não descarta nem mesmo pedir o auxílio do Exército

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Policial militar joga gás de pimenta no rosto de uma mulher | AP
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A cúpula da segurança do Rio de Janeiro não descarta nem mesmo pedir o auxílio do Exército para monitorar as manifestações populares, e os possíveis distúrbios que possam ocorrer. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, lembrou que as Forças Armadas já estão dando apoio para a realização da Copa das Confederações na cidade, mas pontuou que, por ora, apenas as forças policiais fluminenses atuarão nos protestos.

"O Exército já está na cidade pelas Copa das Confederações, não pelas manifestações. Eles têm contingente a ser utilizado caso o governo do Estado demande. Temos parceria antiga com o Ministério da Defesa. Se necessário for, não me furtarei a pedir qualquer auxílio", afirmou Beltrame, em entrevista coletiva à imprensa na sede da secretaria, no Centro do Rio.

O chefe da segurança do Rio comentou o violento confronto entre manifestantes e a polícia, que deixou pelo menos 62 feridas, e oito presos, dos quais três jovens. Para Beltrame, as forças de segurança lidaram com uma "situação complexa", e admitiu que a polícia não conseguiu controlar totalmente os distúrbios ocorridos na região central da cidade na noite da última quinta-feira.

"Ontem tivemos uma ação totalmente complexa, não é ação cotidiana. Temos de separar segurança pública cotidiana do que aconteceu ontem. Houve situações que não conseguimos controlar. Mas se controlou muitas outras coisas que poderiam assumir dimensões maiores. O que aconteceu ontem é algo complexo, que não acontece normalmente?, observou ele.

Sob a cortina de que o trabalho de inteligência deve ser sigiloso, Beltrame evitou falar sobre o perfil das pessoas que cometem atos de vandalismo, assim como explicar se existe alguma ação em grupo orquestrada. Medindo as palavras durante a entrevista, ele afirmou que a chamada "minoria" que comete atos de vandalismo pode não ser tão pequena assim. "Essa questão da minoria tem que ser pensada. Talvez seja frente a 300 mil pessoas. Mas um minoria não produziria o Rio como a cidade amanheceu hoje", ressaltou.

Beltrame alertou para o risco de se buscar a demonização da polícia. Para ele, essa estratégia pode beneficiar os grupos que estão cometendo atos de vandalismo em meio aos protestos.

"De nada adianta demonizar a polícia. A polícia é o que o Estado brasileiro tem. Demonizar talvez seja benéfico para os vândalos. Pode haver erros, mazelas, problemas. Talvez não se tenha conseguido contornar todas as situações ontem, mas a polícia contornou muitas e evitou outras que poderiam acontecer."

Diante do baixo número de prisões efetuadas ontem, Beltrame admitiu que é preciso deter mais pessoas que cometem atos ilegais, mas ponderou que há a exigência de meios legais para se conter os vândalos. "Há que se prender mais pessoas. Mas para efetuar uma prisão, é preciso atender alguns requisitos. É preciso trabalhar dentro da lei", comentou.

A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, informou que a corporação vem trabalhando com imagens feitas nos protestos, e que já está identificando alguns vândalos. Segundo ela, dois homens que agiram no cerco a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), na última segunda-feira, foram identificados e já tiveram a prisão pedida. Um mandado foi concedido para capturar um homem que mora em Itaboraí, na região metropolitana. Segundo Martha Rocha, ele tem antecedentes criminais, por agressão a guardas municipais. A polícia, no entanto, ainda não conseguiu achá-lo.



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