Rio: Rotina dos moradores volta ao normal no Alemão

Mercados, farmácias e cabeleireiros funcionaram normalmente na segunda-feira (29).

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Quem anda pelas ruas do Complexo do Alemão após a ocupação das forças de segurança vê um cenário diferente do registrado durante os confrontos da semana passada: o retorno da rotina dos moradores nas favelas do conjunto.

Durante toda a segunda-feira (29), moradores andavam normalmente pelas ruas e vielas do complexo. O comércio abriu suas portas e os trabalhadores conseguiram sair de casa. Apenas as escolas da região não abriram, o que está previsto para esta terça-feira (29).

A reportagem do R7 andou por ruas da favela e constatou que os moradores não estavam com medo e retomavam as atividades de antes da "guerra". Eles parecem que estão acostumando com a presença de policiais no complexo. Em uma das farmácias da favela da Grota, um funcionário contou que há dois dias não trabalhava.

- Estava difícil. Era muito tiro e, aqui, a gente fica na linha de fogo. Fomos liberados [do trabalho] por conta do risco que estávamos correndo de levar uma bala a qualquer momento.

Prejuízo

Além do risco de morte, o prejuízo foi grande para quem não abriu as portas. O dono de um açougue contou que a comida estragou, porque a luz foi cortada com a chegada dos policiais no entorno do complexo.

- É muito ruim, porque o freezer não deu conta de conservar a carne. Estragou tudo. Ainda não contabilizei o prejuízo, mas sei que perdi muito dinheiro.

Nas ruas, as crianças jogavam bola, os moradores conversavam sentados na calçada e os amigos se reuniam no bar. No cabeleireiro, duas clientes disseram que a vida tem de voltar ao normal.

- Não podemos parar de viver. Temos que seguir o barco. Passado o furacão, agora vamos voltar a trabalhar, a fazer compras e a fazer as unhas e o cabelo também.

A maioria das lojas estava aberta na segunda-feira, mas os comerciantes dizem que as vendas não estão normalizadas ainda. Os estabelecimentos mais procurados eram os que vendem alimentos. Segundo o dono de um mercado, um dos motivos da procura é o fato de que os confrontos deixaram as pessoas presas em casa e sem poder comprar comida.

- Foi difícil para os moradores daqui. Em muitas casas, a comida foi acabando, mas não dava para sair por causa do tiroteio e, mesmo quem tivesse coragem de sair, não encontraria nada aberto.

Uma resposta do Estado

A operação no Complexo do Alemão faz parte da reação da polícia à onda de violência que tomou conta do Rio de Janeiro na última semana, quando dezenas de carros foram incendiadas em vários pontos do Rio de Janeiro e houve ataques a policiais.

A ação dos criminosos foi vista pelo governo estadual como uma resposta às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) instaladas nos dois últimos anos em comunidades antes dominadas pelo tráfico.

Para conter os ataques, a polícia, com apoio das Forças Armadas, realizou uma grande ofensiva na última quinta-feira (25) na Vila Cruzeiro, forçando a fuga de centenas de traficantes para o vizinho Complexo do Alemão, onde foram cercados nos dois dias seguintes.



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