“Sofrimento das famílias é esperado”, diz juiz que liberou estuprador de Luziânia

Miranda classificou a tragédia de Luziânia como um “crime de comoção”

Avalie a matéria:
Jovem matou seis jovens no GO | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O juiz da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Território (TJDFT) Luis Carlos de Miranda falou pela primeira vez nesta sexta-feira (16) sobre a sua decisão de libertar o pedreiro Adimar Jesus, preso pelo estupro de duas crianças em 2005, que após ganhar liberdade assassinou outros seis jovens de Luziânia (GO), segundo a polícia. Miranda defendeu sua decisão, mas disse compreender a revolta e a dor das famílias das vítimas.

?Imagine o que é uma mãe ver o filho sair e não voltar? Isso abala qualquer um. Não tem como não se comover com as famílias?, afirmou o juiz. ?O sofrimento é esperado. Quem conheceu as crianças e perdeu dessa forma. Isso tem que ser respeitado. Estão no direito deles dentro da dor que sofrem?, complementou.

Miranda classificou a tragédia de Luziânia como um ?crime de comoção? e disse que todo juiz que atua no julgamento da liberdade de detentos corre o risco de ver esse preso cometer novos crime: ?Todo juiz está sujeito a isso?.

O juiz atua a menos de um ano na Vara de Execuções Criminais. Miranda não permitiu que as câmeras de televisão registrassem a coletiva de imprensa prestada na manhã desta sexta por questões de segurança: ?Concedo benefícios e também determino regressões de regime. Muitas vezes, isso acontece com criminosos eventuais ou com integrantes de facções criminosos.?

Documentos

Documentos anexados ao processo que devolveu às ruas o pedreiro Adimar Jesus, assassino confesso de seis jovens de Luziânia (GO), revelam que a Justiça tinha laudos psicológicos que identificaram ?sinais de sadismo? e ?de transtornos psicopatológicos? em um exame criminológico realizado um ano e sete meses antes da sua libertação.

A Justiça também foi alertada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a implementar ?fiscalização sistemática? sobre Adimar no dia 14 de janeiro deste ano, quando três dos seis jovens já haviam desaparecido.

No pedido ao que o G1 teve acesso, a promotora Maria José Miranda Pereira sustentou que a vigilância constante da Justiça sobre Adimar poderia ?salvar a dignidade sexual de muitas crianças?. A promotora ainda utilizou um argumento direto para justificar sua preocupação sobre a conduta do pedreiro: ?Não existe ex-estuprador. Considerando-se que não existe ex-estuprador e, diante da extrema gravidade dos ignóbeis crimes pelo sentenciado cometidos, requeiro seja expedido mandados para fiscalização sistemática e reiterada?, solicitou Maria José.

O pedido da promotora foi escrito de próprio punho atrás de um dos ?Mandados de Constatação na Residência? ordenados pela Justiça em 7 de janeiro deste ano, para que um oficial fosse até a residência de Adimar para constatar se ele cumpria as determinações judiciais ?de recolher-se à sua residência diariamente, até 21h, e nos dias de folga e feriados?.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES