Suspeito de liderar máfia e venda ilegal de bilhetes na Copa é solto

Raymond Whelan é CEO da Match, empresa associada à Fifa e que trabalha com venda de pacotes e até reserva de hotéis para a entidade no Brasil

Avalie a matéria:
Raymond Whelan | Tasso Marcelo / AFP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O inglês Raymond Whelan, preso na tarde dessa segunda-feira por suspeita de fornecer entradas para a máfia que fazia cambismo com ingressos da Copa do Mundo, foi liberado na madrugada desta terça-feira.

Whelan conseguiu um habeas corpus e deixou o 18º DP (Praça da Bandeira), na nona norte do Rio de Janeiro, aproximadamente às 4h40. O europeu é CEO da Match, empresa associada à Fifa e que trabalha com venda de pacotes e até reserva de hotéis para a entidade no Brasil.

Entenda o caso

De acordo com investigações da polícia reveladas nessa segunda, Raymond Whelan será indiciado como fornecedor de ingressos para o argelino Lamine Fofana, preso no Rio de Janeiro e apontado como o responsável por administrar o esquema da venda ilegal de bilhetes. Desde 20 de junho, houve cerca de 900 ligações de Whelan a Fofana. Nas gravações, ingressos para a final eram negociados por US$ 14 mil.

Junto ao argelino, outras 11 pessoas foram presas com auxílio de interceptação de conversas telefônicas. Isso teria levado os policiais a Ray Whelan.

Ele seria, portanto, o responsável por conseguir as entradas para revenda, muitas delas em locais muito visados como camarotes. Whelan não é funcionário da Fifa, mas tem atuação ligada à entidade, já que a Match negocia pacotes e credenciou hotéis para a Copa do Mundo. Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, é um dos acionistas.

?Esse era o nome que aparecia nas conversas?, disse uma fonte na Polícia Civil na condição de anonimato. O diretor da Match, a agência de viagens oficial da Fifa, teve a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da polícia, que temia que ele poderia tentar deixar o País. Whelan foi levado à 18ª Delegacia de Polícia para ser interrogado.

Em conversa informal com o delegado Fábio Baruck, Raymond diz que tem um contrato de compra de ingressos com Lamine Fofana, registrado em maio de 2013, e que não possui nenhuma irregularidade. Apesar das mais de 900 ligações interceptadas pela polícia entre eles, o inglês negou que estaria negociando ingressos para a Copa que está sendo realizada no País.

O inspetor Vicente Barros, da 18ª DP, afirmou que Whelan estava na área comum do hotel quando foi abordado pelo promotor Marcos Kac. Foram, então, juntos ao 5° andar, onde estava hospedado. Foi encontrado com ele cerca de cem ingressos para a Copa do Mundo, além de mil dólares em dinheiro. Ele não reagiu à prisão e afirmou ser inocente. Whelan está morando no Brasil há dois anos, embora não saiba falar português.

Na semana passada, a polícia havia informado que as investigações apontavam que ele tinha acesso ao quartel-general da entidade no hotel de luxo na zona sul do Rio de Janeiro, usava um cartão de estacionamento da Fifa para ter acesso a estádios e áreas reservadas. Teria ainda contatos dentro da entidade que lhe permitiam obter ingressos para serem negociados.

Após a execução da Operação Jules Rimet, com a prisão dos envolvidos no escândalo, a Fifa prometeu contribuir com as investigações e declarou ser improvável a participação de alguém ligado à entidade. O esquema de cambismo envolvia cifras milionárias e era planejado e executado há muitos meses. De acordo com a polícia, há possibilidade de que a operação tenha uma segunda etapa.

Após a prisão, a Fifa divulgou uma nota de esclarecimento, afirmando que continua colaborando plenamente com as autoridades locais e fornecerá todos os detalhes solicitados para auxiliar nesta investigação em andamento.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES