União vai pagar R$ 2 milhões à família de músico morto pelo Exército

A AGU fez acordo com a família do músico Evaldo Rosa dos Santos, morto em ação do Exército.

Carro da família foi alvejado durante ação | José Lucena / Futura Press
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A Advocacia-Geral da União (AGU) firmou nesta sexta-feira, 22, acordo com a família do músico Evaldo Rosa dos Santos, que foi morto em 2019 por ocasião de ação envolvendo militares do Exército Brasileiro. No acordo, ficou estabelecido que a União pagará uma indenização de R$ 2 milhões aos familiares, incluindo filho, viúva, pai e irmãos do artista.

Além da indenização, a viúva e o filho de Evaldo também terão direito a receber uma pensão mensal no valor de um salário-mínimo e meio para cada um. O trágico episódio ocorreu em Guadalupe, quando militares dispararam suas armas na direção do veículo onde a família de Evaldo estava. O catador de latinhas Luciano Macedo, que tentava socorrer Evaldo, também foi atingido e  veio a óbito dias depois no hospital.

Inicialmente, o caso ficou conhecido pelos 80 tiros identificados em análise preliminar da polícia, mas mais tarde foi confirmado que foram 257 tiros, sendo 62 deles atingindo o veículo do músico. O carro da família transportava cinco pessoas a caminho de um chá de bebê: Evaldo, a esposa, o filho de 7 anos, o sogro de Evaldo e outra mulher, sendo que o sogro ficou ferido no glúteo.

Em 2021, oito militares do Exército foram condenados pela morte de Evaldo e Luciano e respondem em liberdade até o esgotamento dos recursos. Eles alegaram legítima defesa e perseguição a supostos criminosos em seus depoimentos, versão que foi contestada pela defesa e pelas evidências.

Com a homologação do acordo pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, todos os processos judiciais relacionados ao incidente foram encerrados de forma consensual. Em abril deste ano, a AGU já havia firmado um acordo com os familiares de Luciano Macedo, e em agosto, com Sérgio Gonçalves de Araújo e Michele da Silva Leite Neves, que estavam no veículo com Evaldo e sobreviveram.

A Advogada da União, Débora Lerner, coordenadora-regional de Negociação da União da 2ª Região, destacou que o acordo representa um passo importante para a promoção da justiça e consolidação de valores democráticos e de respeito aos direitos humanos. Ela reafirmou o compromisso da AGU em atuar de maneira rápida e responsável na defesa do interesse público e na garantia dos direitos dos cidadãos.



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