Abandono de aliados, sinaliza a perda de poder de Eduardo Cunha

Abandonado por aliados e pelo Planalto, Cunha deverá perder mandato

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Se o voto da deputada Tia Eron (PRB-BA) surpreendeu a todos, uma vez que ela tinha sido colocada no Conselho de Ética para ajudar Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o voto de Wladimir Costa (SD-PA) que personificou a traição e provocou a ira dos aliados do presidente afastado que acusaram Costa de ser “fraco de caráter”. Dado como voto certo, o deputado paraense repetiu a histórica reviravolta do ex-deputado Onaireves Moura, que, dias depois de fazer um banquete para cabalar votos contra o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, acompanhou a manada e votou a favor do afastamento em plenário.

Além dos votos de Eron e Costa, a derrota de Cunha foi ditada pelos votos da antiga oposição, que se aliou ao PT e PSOL. Já o PMDB votou fechado contra o primeiro passo para a cassação de Cunha.

Minutos antes de votar a favor da aprovação do relatório de Marcos Rogério (DEM-RO), pedindo a suspensão do mandato do presidente afastado da Câmara, Wladimir Costa havia discutido com os petistas e feito o mais inflamado discurso contra a cassação do amigo. Logo depois do voto de Tia Eron, que definiu a maioria pela cassação, entretanto, Wladimir recuou e acompanhou a deputada baiana, provocando gargalhadas entre os presentes, e indignação entre os defensores de Cunha.

— Eu não quero aqui frustrar o meu partido ou quem quer que seja, acho que apenas alguns que imaginavam que eu iria votar diferente. Finalizo dizendo que vamos votar com o deputado Marcos Rogério — anunciou Costa, provocando grande burburinho.

O voto de Costa levou aliados a protestar.

— Eduardo Cunha não mentiu. Não vou me acovardar igual ao Wlad (Wladimir Costa). Voto não ao relatório — afirmou o deputado Laerte Bessa (PR-DF).

Ao final da sessão o mais fiel escudeiro de Cunha, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que a derrota se deu por causa do voto dos vingadores que não o perdoaram por ter encaminhado o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, e dos fracos de caráter:

— Uma pessoa firme, de caráter inabalável, não se comportaria como o deputado Wladimir Costa. Se eu fosse julgá-lo pela sessão de hoje, essa seria minha opinião: ele é fraco de caráter. Diante da reação dos aliados, Costa disse que comunicara seu voto ao presidente do partido, Paulinho da Força (SP):



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