Abin avisou um dia antes sobre invasão à sede dos Três Poderes, diz Coronel

Naime afirmou que a Abin havia emitido um alerta, por volta das 10h do dia 7 de janeiro, sobre ameaças de invasão às sedes dos Três Poderes.

Coronel Jorge Naime em depoimento na CPMI | Lula Marques/Agência Brasil
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Em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro, prestado nesta segunda-feira, 26, o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Naime, trouxe à tona informações preocupantes. Naime afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) havia emitido um alerta, por volta das 10h do dia 7 de janeiro, sobre ameaças de invasão às sedes dos Três Poderes.

De acordo com Naime, o aviso foi transmitido em um grupo de Whatsapp composto por representantes de órgãos de inteligência. No entanto, nenhum membro de seu departamento fazia parte desse grupo. Ele expressou sua perplexidade diante do fato de que a informação sobre a confirmação de uma invasão de prédios públicos tenha sido comunicada às 10h da manhã, mas nenhuma providência tenha sido tomada pelas autoridades responsáveis.

Naime admitiu não ter conhecimento se o secretário interino de Segurança Pública do Distrito Federal estava ciente dessa informação. Ele enfatizou a necessidade de investigar até que ponto essa informação chegou nas esferas superiores do governo, pois, caso tenha sido recebida pelo Secretário e pelo Comandante-Geral, eles não teriam tomado as medidas adequadas para lidar com a situação. Naime também destacou a contradição entre os relatórios que afirmavam que tudo estava bem e monitorado, enquanto a informação da Abin sobre a invasão circulava.

Outro aspecto mencionado pelo coronel Naime foi a crítica ao Exército. Segundo ele, os militares impediram a Polícia Militar do Distrito Federal de desmobilizar o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército em dezembro de 2022. Ele ressaltou que essa ação era necessária, especialmente após os ataques ocorridos em 12 de dezembro. Naime afirmou que a ordem para impedir a desmobilização foi transmitida pelo General Dutra, então chefe do Comando Militar do Planalto, embora não tenha certeza se a ordem partiu especificamente dele.

É importante ressaltar que essa não é a primeira vez que Naime faz críticas em relação aos eventos em questão. Ele já havia prestado depoimento à Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal em março deste ano. Na ocasião, o Exército informou que o caso estava sendo apurado pelas autoridades competentes.

No entanto, antes de seu depoimento à CPMI, o coronel Naime apresentou um atestado médico alegando falta de condições psicológicas para testemunhar perante os parlamentares. A CPMI solicitou que uma junta médica do Senado avaliasse a situação para confirmar a veracidade do atestado. Durante a análise da junta, Naime mudou de ideia e concordou em prestar depoimento.

O deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da CPMI, chegou a desconfiar do atestado apresetnado após o STF negar habeas corpus impetrado pela defesa. Os advogados pediram que Jorge Naime não fosse à Comissão. O pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, que garantiu a ele o direito de não responder a todas as indagações dos deputados.



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