AGU apresenta notícia-crime contra deputado por declarações racistas

Deputado federal Gustavo Gayer questionou a capacidade cognitiva da população africana.

Notícia-crime contra deputado | Bruno Spada/Agência Câmara
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Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma notícia-crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suas declarações que foram consideradas racistas durante sua participação no podcast "3 irmãos". No programa, que foi ao ar em 23 de junho no YouTube, o congressista questionou a capacidade cognitiva da população no continente africano.

Na semana passada, o advogado-geral da União, Jorge Messias, determinou à Procuradoria-geral da União (PGU) o estudo de medidas jurídicas cabíveis contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por ter proferido declarações consideradas racistas sobre a capacidade cognitiva de africanos. Messias esteve em reunião com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. 

De acordo com a AGU, a declaração de Gayer foi "claramente discriminatória", e todo o diálogo entre ele e os apresentadores reforçou preconceitos de raça, cor e etnia. O órgão ressaltou que a manifestação do deputado diferencia a capacidade cognitiva de indivíduos com base em sua origem africana, sugerindo que os africanos não teriam aptidão para compreender um regime democrático. Além disso, a AGU destacou que o apresentador Rodrigo Arantes se associou à prática discriminatória, confirmando a afirmação de Gayer ao comparar o QI dos africanos ao de macacos.

A notícia-crime apresentada pela AGU atribui ao procurador-geral da República, Augusto Arasa análise do caso e a possibilidade de propor ações penais junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O apresentador Rodrigo Arantes afirmou que não há como a democracia dar "certo" no Brasil porque não se pode esperar "nada" da população. Ele comparou humanos a macacos e afirmou que o QI na África é de 72.

“A manifestação é claramente discriminatória, pois diferencia a capacidade cognitiva de seres humanos considerando a origem africana, continente em que sabidamente a maioria da população é negra, concluindo que não teriam aptidão para compreender regime democrático. O 2º noticiado, durante a condução da entrevista, também se associa à prática delitiva, considerando que confirma a conclusão do primeiro noticiado, inclusive materializando a afirmação que compara o QI dos africanos a de macacos”, diz trecho da notícia-crime..

Em resposta às críticas aos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gustavo Gayer disse, enquanto batia palmas: "O Brasil está desse jeito. Lula chegou à Presidência e o povo é burro: picanha e cerveja". Na descrição do episódio no YouTube, o programa reitera que o deputado é "alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)".



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