Assessores de Bolsonaro deixaram de excluir cerca de 17 mil e-mails; CPMI vai analisar

As mensagens eletrônicas excluídas foram descobertas na pasta “Lixeira” das contas de e-mail dos antigos ajudantes de ordem

Assessores do ex-presidente não limparam a Lixeira | Tânia Rego/Agência Brasil
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Antigos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro que ocuparam a posição de ajudantes de ordem foram identificados como tendo excluído um total de pelo menos 17.354 e-mails de natureza funcional de suas respectivas caixas de entrada. Documentos relacionados a esse assunto foram obtidos pelo G1 e pela TV Globo e, posteriormente, compartilhados com a CPI dos Atos Golpistas a partir de 8 de janeiro.

As mensagens eletrônicas excluídas foram descobertas na pasta "Lixeira" das contas de e-mail dos antigos ajudantes de ordem. Segundo a empresa responsável pelo sistema de gerenciamento de e-mails, para que esses itens fossem eliminados de forma definitiva, seria necessário acessar a pasta "Lixeira" e executar novamente a ação de exclusão.

Uma exceção a essa prática foi identificada no caso de Danilo Calhares, um dos ajudantes de ordem. Até o momento da investigação, ele não havia excluído nenhum e-mail de sua caixa de entrada. Calhares assumiu o cargo de ajudante de ordem em dezembro de 2020, e o primeiro e-mail presente em sua caixa de entrada datava de novembro de 2022. Isso indica que ele foi capaz de realizar a exclusão definitiva dos e-mails.

Um dos elementos de destaque encontrado na pasta "Lixeira" de e-mails de Mauro Cid, que desempenhava o papel de coordenador-geral dos ajudantes de ordem, foi uma mensagem enviada por Maria Farani, ex-assessora do gabinete pessoal da Presidência. O e-mail mencionava uma tentativa de venda de um relógio Rolex por US$ 60 mil, equivalente a aproximadamente R$ 292 mil no câmbio atual. Segundo informações compartilhadas entre os ajudantes de ordem, o relógio em questão havia sido recebido durante uma viagem oficial.

Outra descoberta relevante estava relacionada à pasta "Lixeira" de Osmar Crivelatti, que agora trabalha como servidor de apoio ao ex-presidente Bolsonaro. Um e-mail na pasta mencionava a existência de pedras preciosas que teriam sido recebidas por Jair Bolsonaro durante uma viagem de campanha para reeleição em outubro de 2022, realizada em Teófilo Otoni (MG).

Chama a atenção a quantidade de e-mails excluídos pelos ajudantes de ordens, mas que continuaram na pasta Lixeira. Um total 6.096 e-mails na pasta de itens deletados de Osmar Crivelatti, a conta também tem 5.705 e-mails na pasta de itens deletados de Marcelo Câmara, além de 4.212 e-mails na pasta de itens deletados de Mauro Cid.

Foram deletados também 769 e-mails na pasta de itens deletados de Cleiton Holzschuk, mais 376 e-mails na pasta de itens deletados de Daniel Luccas, 125 e-mails deletados na pasta de itens recuperados de Adriano Teperino, além de 71 e-mails deletados na pasta de itens recuperados de Jonathas Coelho, sendo que todos permaneceram na Lixeira.



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