Bolsonaro critica quem é contra tratamento precoce: “Canalha”

Promoção do tratamento precoce é um dos alvos da CPI da Covid, que ocorre no Senado e tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal

Presidente Jair Bolsonaro | Divulgação
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O presidente Jair Bolsonaro chamou nesta quarta-feira (5) de "canalha" quem é contra o chamado tratamento precoce contra a Covid-19, com uso de medicamentos como cloroquina e hidroxicloroquina, substâncias com ineficácia cientificamente comprovada para a doença.

A promoção do tratamento precoce é um dos alvos da CPI da Covid, que ocorre no Senado e tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal na pandemia, além do repasse de recursos federais a estados.

O tema foi abordado durante o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta à CPI, na terça. Ele afirmou, por exemplo, que uma minuta de decreto presidencial propôs que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alterasse a bula da cloroquina para que o medicamento fosse indicado no tratamento da Covid-19.

Se curou com hidroxicloroquina

Bolsonaro sempre defendeu o chamado tratamento precoce e afirma que se curou da Covid-19 graças ao uso da hidroxicloroquina. O comentário do presidente nesta quarta foi feito durante comentário sobre a CPI da Covid.

"Canalha é aquele que é contra o tratamento precoce e não apresenta alternativa. Esse é um canalha. O que eu tomei [para tratar a Covid], todo mundo sabe. Ouso dizer que milhões de pessoas fizeram esse tratamento. Por que é contra?", disse Bolsonaro durante discurso no Palácio do Planalto.

Bolsonaro critica quem é contra tratamento precoce: contra Covid-19 Foto:  Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil 

'Doses cavalares''

O presidente disse esperar que a CPI investigue o resultado do uso em massa de hidroxicloroquina durante o colapso da saúde em Manaus, no início do ano. E questionou as razões de quem se diz contra o investimento do governo na produção e distribuição do medicamento durante a pandemia.

"Espero que a experiência de Manaus com doses cavalares de hidroxicloroquina seja completamente desnudada pelos senadores. Por que não se investe em remédio? Por que é barato demais? É lucrativo para empresas farmacêuticas ou para laboratórios investir no que é caro? Nós conhecemos isso", disse.

Convite

Bolsonaro afirmou ainda que está "sugerindo" a senadores da base aliada ao governo que fazem parte da CPI o convite para que profissionais que defendem o tratamento precoce falem à comissão.

"Essa CPI, eu tenho certeza, parlamentares, senadores, em especial, vai ser excepcional no final da linha. Que vai mostrar sim o que alguns fizeram erradamente com os bilhões entregues pelo governo para os seus respectivos estados e municípios. Junto àqueles que são isentos e apoiam a verdade, senadores, estamos sugerindo que seja convocado ou convidado autoridades que venham falar do tratamento precoce", disse.

Guerra química

O presidente da República, também durante o discurso, insinuou que o novo coronavírus pode ter nascido "em laboratório". Em seguida, questionou se "não estamos enfrentando uma nova guerra."

"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês."

Em março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou um estudo que indica ser "extremamente improvável" que o vírus tenha atingido os humanos devido a um incidente em laboratório.

De acordo com o relatório, é "possível ou provável" que a origem tenha sido contágio direto de animal para humano.



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