Bolsonaro está envolvido no plano de golpe de Mauro Cid, diz revista Veja

Investigadores descobriram que militares e apoiadores próximos de Bolsonaro estavam envolvidos em conspirações para anular o resultado das eleições de 2022

Bolsonaro está envolvido no plano de golpe de Mauro Cid, diz revista | Reprodução
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De acordo com informações repassadas por investigadores da Polícia Federal (PF) à coluna Radar, da revista Veja, já existem elementos que indicam o envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no plano de golpe encontrado no celular de seu ex-ajudante e ex-assessor da Presidência, Mauro Cid, que se encontra detido há três meses.

Alguns inquéritos atualmente em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) estão próximos de serem concluídos, e há indicações de que o ex-presidente Bolsonaro será indiciado. Os investigadores descobriram que militares e apoiadores próximos de Bolsonaro estavam envolvidos em conspirações para anular o resultado das eleições de 2022, as quais foram vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva.

Um dos documentos encontrados em posse do ex-ajudante do presidente, intitulado "Forças Armadas como poder moderador", revela um plano fundamentado em uma tese controversa, sugerindo que os militares poderiam ser convocados para arbitrar conflitos entre os poderes. 

O documento em questão apresenta um tipo de "roteiro" para o golpe e não é o mesmo da minuta golpista encontrada com o ex-ministro Anderson Torres. De acordo com esse plano, Bolsonaro deveria levar supostas inconstitucionalidades cometidas pelo Judiciário aos comandantes das Forças Armadas. Os militares, então, poderiam nomear um interventor investido de poderes absolutos.

Esse interventor teria a autoridade de estabelecer um prazo para o "restabelecimento da ordem constitucional". Dessa forma, ele poderia suspender decisões que considerasse inconstitucionais, como a diplomação de Lula. Além disso, o interventor poderia afastar preventivamente ministros do STF como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que na época faziam parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seus lugares, seriam convocados os substitutos: Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Dias Toffoli. 

Os documentos divulgados pela revista Veja fazem parte de um relatório de 66 páginas elaborado pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.

Ademais, durante a investigação, também foi encontrado no telefone de Mauro Cid outro documento no qual se discute a possibilidade de decretar o estado de sítio. Essa medida é uma das mais extremas previstas na Constituição, aplicável em situações excepcionais, como em caso de guerra ou circunstâncias gravíssimas.



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