Bolsonaro gastou quase R$ 700 mil do cartão corporativo em campanha

O montante pode ser ainda maior, já que nem todas as notas fiscais referentes ao cartão do ex-presidente foram digitalizadas pela agência Fiquem Sabendo

Jair Bolsonaro | Evaristo Sá / AFP
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou R$ 697 mil  do cartão corporativo para custear gastos em eventos de sua campanha eleitoral. O uso do cartão para custear eventos desse tipo é controverso e não foi justificado pelo ex-capitão, nem pelo seu partido, o PL.

Gastos de Bolsonaro com cartão comporativo incluem passeios de jet sky Foto: Evaristo Sá / AFP

 As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (13) pelo UOL e Folha de São Paulo  e tem como base as notas fiscais reveladas pela agência Fiquem Sabendo. O montante, portanto, pode ser ainda maior, já que nem todas as notas fiscais referentes ao cartão do ex-capitão foram digitalizadas pela agência.

Ao todo foram 21 eventos eleitorais em que Bolsonaro usou seu cartão para bancar serviço aéreo, hospedagem, lanches, combustível e até itens de estrutura para seus apoiadores, como gradis para o cercadinho. Há ainda entre as notas pedidos de delivery feitos via iFood e até gastos com borracharia bancados com o dinheiro público. 

As notas que somam 697.352 reais compreendem o período entre 12 de agosto de 2022 e vão até o dia 29 de outubro de 2022. 

O senador Humberto Costa (PT-PE) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que apurem o que chamou de “bandalheira” no uso do cartão corporativo pelo ex-presidente.

''Estou acionando o TSE e o MP junto ao TCU para que abram investigação sobre os R$ 697 mil usados por Bolsonaro no cartão corporativo, durante a campanha. É vergonhosa a bandalheira em que se transformou o uso desse cartão nas mãos do derrotado. Isso não pode passar impune'', escreveu ele no Twitter. 

Veja a soma dos itens bancados com o cartão corporativo de Jair Bolsonaro  em eventos de campanha eleitoral: 

Em 12 de agosto, em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro gastou 1.400 reais com serviço aéreo. O gasto foi repetido 4 dias depois; 

Em 16 de agosto, Bolsonaro também gastou outros 750 reais com serviço aéreo para cumprir agenda de campanha em Ponta Grossa, no Paraná; 

Em 20 de agosto, Bolsonaro gastou 91,1 mil reais com hotel e lanches para ele e seus acompanhantes em Resende, no Rio de Janeiro; 

Em 24 de agosto, o cartão corporativo do ex-capitão soma outros 53,7 mil reais em hospedagem e lanches, além de 8,65 mil reais em um único pedido de iFood. A agenda era em Belo Horizonte; 

Em 24 de agosto, Bolsonaro também passou por São Paulo para uma motociata e outras agendas de campanha e desembolsou 30,2 mil reais para custear passagens aéreas, hotel e lanches para ele e seus acompanhantes; 

Em 27 de agosto, quando esteve em Vitória da Conquista, na Bahia, para participar da campanha de João Roma, as notas do cartão corporativo somam 99 mil reais. Os itens descritos são lanches, hotel e até combustível e bateria para a motociata;

 Em 28 de agosto, Bolsonaro gastou 7,5 mil reais em hospedagem e lanches durante sua passagem para fazer campanha em Santos; 

Em 16 de setembro, quando esteve em Londrina, no Paraná, os gastos com hotel somam mais de 23,5 mil reais; 

Em 24 de setembro, quando passa por Belo Horizonte, o ex-capitão usou o cartão corporativo para custear seu cercadinho, em um total de 2 mil reais, e outros 17 mil reais em hotel; 

Em 3 de outubro, quando cumpriu uma agenda de campanha em Petrolina, em Pernambuco, Bolsonaro usou 1,8 mil reais do cartão para pagar por passagens aéreas; 

Em 4 de outubro, de volta a São Paulo para outra motociata, foram usados mais de 23 mil reais para comprar lanches e custear hospedagem para os acompanhantes do ex-capitão; 

Em 12 de outubro, durante a desastrosa passagem de Bolsonaro por Aparecida, grades para o cercadinho, bateria, hotel e lanches também foram pagos com o cartão. Ao todo, a soma é de 40 mil reais; 

Em 13 de outubro, uma nota mostra quase 1 mil reais desembolsados pelo ex-capitão para custear passagens para um evento de campanha;

 Em 14 de outubro, quando Bolsonaro vai a Duque de Caxias, no Rio, são 52,5 mil reais em hotel e lanches durante as agendas eleitorais;

 Em 15 de outubro, outros 32 mil reais aparecem no cartão durante a passagem de Bolsonaro por Fortaleza;

Em 18 de outubro, Bolsonaro fez eventos de campanha em Montes Claros, Minas Gerais, que custaram novos 32 mil reais no cartão; 

Em 18 de outubro, o ex-capitão também participa de outras agendas eleitorais em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, onde desembolsou 42,7 mil reais para pagar hotel, lanche e combustível; 

Em 21 de outubro, Bolsonaro passa por São José dos Campos, São Paulo, para fazer campanha. Por lá, 2,3 mil reais foram gastos com serviço aéreo; 

Em 26 de outubro, quando Bolsonaro cumpre agendas eleitorais em Teófilo Otoni, Minas Gerais, o cartão corporativo foi usado para bancar hotel, lanches, borracharia e até gradis para o cercadinho. Ao todo, são mais de 63 mil reais pelos itens; 

Em 29 de outubro, Bolsonaro também passa por Belo Horizonte para novas agendas de campanha e, por lá, gasta mais de 35 mil reais com lanches, hotel e combustível. 

A lei, vale dizer, permite apenas o gasto com transporte do presidente durante a campanha eleitoral sejam pagos com o cartão corporativo, desde que os valores sejam ressarcidos pelo partido. Os demais itens não podem ser custeados, segundo diferentes advogados eleitorais consultados pelo site.

 De acordo com a reportagem, a prestação de contas eleitoral do PL aponta ressarcimento de 4,8 milhões de reais referentes a transporte e deslocamento de Bolsonaro em 48 eventos eleitorais, pouco mais da metade das 80 agendas de campanha cumpridas pelo ex-capitão. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES