Ano 2014:“Ano da Democracia, da Memória e da Verdade”, diz Câmara

Durante a sessão, um reduzido grupo entrou em uma das tribunas da câmara com um cartaz que dizia “Parabéns aos militares.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A Câmara dos Deputados iniciou nesta terça-feira uma sessão em repúdio ao golpe militar ocorrido há 50 anos com a promulgação de um decreto parlamentar que declara 2014 o "Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade".

Durante a sessão, um reduzido grupo entrou em uma das tribunas da câmara com um cartaz que dizia "Parabéns aos militares. 31/Março/64. Graças a vocês o Brasil não é Cuba!", que foi recebido com vaias pela maioria dos parlamentares e por ativistas de esquerda que assistiam ao ato.

Antes do pequeno incidente, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), havia manifestado seu "repúdio" a "qualquer requerimento que pudesse vincular o Parlamento brasileiro à comemoração do golpe de Estado" que, há cinco décadas, tirou João Goulart do poder e instalou uma ditadura civil-militar que durou até 1985.

Ao sancionar o decreto que institui 2014 como "Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade", Alves lembrou que, durante os 21 anos que durou o regime ditatorial, o Congresso foi "fechado três vezes", em 1966, em 1967 e em 1977.

Em uma breve retrospectiva histórica, também evocou a memória de centenas de parlamentares "perseguidos" pela ditadura, daqueles que foram proscritos pelo regime e de outros que foram assassinados ou torturados.

"Os ataques diretos contra a instituição parlamentar foram constantes", lembrou o deputado, que entre vários exemplos das perseguições citou o caso de seu próprio pai, Aluísio Alves, que era governador do estado do Rio Grande do Norte e foi cassado em 1969 pela ditadura.

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), uma das primeiras oradoras na sessão, exigiu a revogação da polêmica Lei de Anistia que o próprio regime militar ditou em 1979, cuja constitucionalidade foi referendada em 2010 pela Suprema Corte, com o que continua em vigor.

"A revisão da anistia é uma questão de respeito à dignidade humana", declarou Erundina, que acrescentou que, devido a essa lei, "o direito à verdade e à justiça continuam vedados" cinco décadas depois do golpe.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES