Celular de ex-secretária de Torres cita pressão para conectar PT às facções

As anotações encontradas no celular de Marília Ferreira citam pressão para fazer relação do PT com facções.

Ex-ministro Anderson Torres | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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No celular da delegada da Polícia Federal e ex-secretária de Anderson Torres, Marília Ferreira, foi encontrada anotação que menciona  pressão para estabelecer uma conexão entre o Partido dos Trabalhadores (PT), facções criminosas e a região Nordeste em relação à compra de votos nas eleições de 2022.

O documento integra a quebra do sigilo telemático da ex-secretária e está sob sigilo na posse da CPI dos Atos Golpistas. A revelação inicial foi feita pelo jornal Folha de S. Paulo e também foi obtida pelo g1. O texto, escrito na primeira pessoa, foi editado pela última vez em 17 de agosto de 2023, uma semana antes da aprovação pela CPI do requerimento que pediu a quebra de sigilo do celular de Marília.

Em uma parte da anotação, é relatada a pressão dentro do Ministério da Justiça, que era comandado na época por Anderson Torres, para que fosse feita a conexão do partido do presidente Lula com facções criminosas, mesmo não tendo fatos de "comprovação".

"Havia uma certa pressão para que eu fizesse um relatório que indicasse a relação do PT com facções criminosas, pois havia alguns indícios disso, mas não fizemos porque não havia comprovação", diz o texto.

Em outro trecho, o texto deixa claro a "preocupação do ministro com a região Nordeste", que deu a maioria dos votos nas eleições de 2022 a favor de Lula e foi alvo de um grande esforço de fiscalização nas rodovias pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com o texto, no período entre o primeiro e o segundo turno, foi realizada uma reunião no Ministério da Justiça para que Marília apresentasse dados que justificassem o aumento das fiscalizações na região.

"Nessa reunião, o Márcio perguntou se havia um relatório de inteligência sobre isso, e eu disse que tentaria verificar se conseguiríamos demonstrar o aumento de crimes eleitorais para justificar um reforço de efetivo no segundo turno. No entanto, após consultar com o Tomás, concluímos que não havia esse aumento, em termos de registros, flagrantes, etc.", disse Marília.

Por fim, o texto sugere que Marília teve participação na definição de alguns dos locais onde ocorreram operações de fiscalização no segundo turno.

"Eu mencionei alguns lugares onde Lula havia vencido e que necessitavam de um reforço na fiscalização, devido a informações sobre a compra de votos nestes locais e à constante preocupação manifestada pelo Ministro", concluiu.

A anotação também menciona que Anderson Torres estava particularmente preocupado com a situação na Bahia, pois acreditava que havia uma distribuição insuficiente de equipes de fiscalização no interior do estado no dia da eleição.



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