Cid tratava presentes como personalíssimos, diz ex-funcionário de Bolsonaro

A declaração foi feita por Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica

Cid tratava presentes como personalíssimos, diz ex-funcionário de Bolsonaro | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), considerava todos os presentes recebidos durante o período do governo como pessoais, ou seja, pertencentes à propriedade privada do ex-presidente.

A declaração foi feita por Marcelo da Silva Vieira, ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República, em uma entrevista exclusiva concedida ao Estúdio i da GloboNews. O GADH é o setor responsável por determinar se os presentes recebidos pelos presidentes são de natureza pessoal ou pertencem à União.

“O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: ’pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo", afirmou Vieira. “Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro."

Questionado sobre se Cid tinha uma visão distorcida sobre o que era personalíssimo ou não, Vieira se reserva a dizer que “ele tinha a interpretação dele”.

Segundo Vieira, Cid não buscou formalmente a consulta ao Gabinete de Documentação Histórica (GADH) sobre a viabilidade de vender presentes recebidos pela Presidência, mas essas discussões ocorreram em conversas informais. Vieira alega que costumava responder ao ex-ajudante de ordens que "a venda é possível, desde que esteja em conformidade com a legislação em vigor".

"Ele [Mauro Cid] nunca falou de forma específica, pelo amor de Deus, que fique claro. Nunca. Sempre: ‘Pode vender? Pode, desde que cumpra’. Então eu entendo que, se tinha o desejo de vender, isso cabe ao titular do acervo, que é o presidente da República", disse Vieira.

A lei brasileira define regras para que os bens do acervo presidencial sejam colocados à venda: a União tem preferência de compra e precisa autorizar expressamente a comercialização.

Vieira disse que Cid o consultou também depois de Jair Bolsonaro deixar a presidência, quando a existência das joias foi revelada pela imprensa. "A partir do momento que estourou essa história toda aí, esse evento, ele começou a ligar para tirar dúvida", afirmou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES