Com Copa, campanhas estão mais pobres

Ocorre que, apesar do futebol, as coisas ocorrem. Ninguém percebe.

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Dilma Rousseff e José Serra assistem a jogos. | Divulgação
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Cláudio Lembo

Todas as notícias são encobertas pela bola. Os meios de comunicação só têm um objetivo: a cobertura da Copa do Mundo da África. É exaustivo. Todavia, confortável. Enquanto lutam pela bola, as nações esquecem desencontros.

Ocorre que, apesar do futebol, as coisas ocorrem. Ninguém percebe. No entanto, quando o encanto futebolístico acabar, a realidade voltará com toda a intensidade.

Nos Estados Unidos, o Executivo obteve no Congresso grande vitória. Conseguiu o impossível em um país de matriz capitalista: enquadrou as instituições financeiras.

O desastre das hipotecas não passou em branco. A ganância dos operadores dos bancos americanos, que levou a economia do país a um desastre, gerou medidas de regulamentação.

Em uma sociedade acostumada a ver os seus capitalistas agirem de maneira egoísta e sem limites, a decisão do Congresso norte-americano é um excelente exemplo para os demais povos.

Costuma-se afirmar que o Brasil possui um Banco Central operante e apto a regulamentar a atividade bancária. Acredita-se. Mas, não pode merecer esquecimento episódios recentes.

Na última crise econômica, houve bancos que claramente agiram fora das normas de prudência e chegaram aos limites das margens de segurança. Foram salvos com o dinheiro do contribuinte ou dos bancos oficiais.

Não seria com conveniente um grande debate sobre o tema? Os candidatos à presidência da República têm a obrigação de tratar de temas relevantes.

Os melhoramentos públicos já realizados são da obrigação de cada governante. Quando no exercício de atividades no Executivo, as figuras no vértice da hierarquia obrigatoriamente concretizam obras.

É próprio da atividade executiva - particularmente em país que adota o presidencialismo - receber projetos acabados e os deve executá-los sob pena de total ineficiência.

O que os eleitores desejam, em uma campanha eleitoral, é saber a respeito de questões fundamentais. É ingênuo pensar que os eleitores apenas aspiram apenas ver imagens de obras concretizadas e nem sempre concluídas.

Hospitais, estradas, escolas, instrumentos de segurança pública apontam para deveres do administrador comum. Aquele que pretende se diferenciar terá que avançar para novos caminhos.

Precisa oferecer seu pensamento sobre a reforma tributária. Apontar, sem demagogia, como agirá na questão da segurança. Indicar soluções para problemas crônicos da população.

Pequenas artimanhas para desviar a atenção dos eleitores mostram-se tolas e inconseqüentes. A cidadania, nos últimos anos, avançou e muito. Hoje exige ser tratada com respeito.

Desrespeita o eleitorado o candidato que não se debruça com efetividade na análise de um programa coerente e possível. Cansa ouvir falar no passado e mais ver as imagens de sempre nos vídeos das televisões.

Coerência é outro atributo que os eleitores exigem dos candidatos. Alianças eleitorais com adversários de ontem assemelham-se a estelionatos.

Um mínimo de coerência é necessário. Não existe um elixir capaz de levar o eleitor a uma amnésia profunda. Quando os jovens não conhecem os eventos passados, os mais velhos os relembram e pedem reflexão.

Estão errados os candidatos e seus partidos quando exigem coligações a qualquer custo. Equivocam-se redondamente. Os resultados eleitorais demonstrarão e efetividade desta afirmativa.

A bola, dentro de quinze dias, terminará seu percurso nos campos africanos. Ai começará com densidade a campanha eleitoral. A cidadania ficará atenta e julgará com rigor as figuras dissimuladoras.

Propostas competentes são exigidas. Pais, mães e avós todas as pessoas têm. Do candidato se quer mais. Deseja-se conhecimento e propostas de soluções.

Até agora, a campanha embrionária se mostrou pobre e repetitiva. Antes mesmo de seu início, há candidatos estafados e mal humorados. Não é bom para a democracia. Esta exige tolerância, espírito de concórdia.



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