Cooperativas de mel denunciam desvio de dinheiro na CASA APIS

Desvios de estoques de mel e irregularidades na aplicação dos recursos públicos são algumas das denúncias feitas

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Desvios de estoques de mel e irregularidades na aplicação dos recursos públicos são algumas das denúncias que os presidentes de duas cooperativas de mel piauienses, a CAMPIL, administrada por Edmilson Antônio de Sousa, e a COOAPI, por Jailson Teixeira de Lemos, fazem em relação à gestão da Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro - CASA APIS. Do outro lado, os gestores da CASA APIS ingressaram com um processo contra o antigo contador do empreendimento, Antônio Monteiro dos Santos. Segundo diretor-geral da Central, Francisco Antônio, o Citonho, ele teria retido os documentos de contabilidade do empreendimento.

A CASA APIS é composta por nove cooperativas, integradas por novecentos e sessenta famílias de apicultores de 35 municípios do Piauí e Ceará, cuja gestão é realizada por instituições como o SEBRAE, Fundação Banco do Brasil e UNISOL Brasil. O patrimônio da CASA APIS é avaliado em R$ 8 milhões, com o objetivo de proporcionar melhorias econômicas e sociais às populações de trabalhadores do seguimento apícola. Edmilson e Jailson alegam que há um ?descalabro administrativo? dos gestores da Central de Cooperativas, que culminou com represálias e expulsão das duas cooperativas do quadro de sócias.

Eles afirmam ainda que, tanto a Fundação Banco do Brasil como o Sebrae, ignoram as denúncias e supostos indícios de irregularidades. ?Deram como resposta o silêncio, revelando conluio e conivência com atos de fraude e corrupção?, afirmam os representantes da CAMPIL e da COOAPI, em manifesto enviado ao Jornal Meio Norte. Foi ingressado no último dia 29 de dezembro do ano passado uma requisição de inquérito policial investigativo na Polícia Civil com denúncias de irregularidades, que segundo os empresários estaria registrada em atas e relatórios.

Entre as denúncias enumeradas estão o pagamento de recursos de subvenções recebidas da Fundação Banco do Brasil à empresa Agrotec, de titularidade do filho do diretor geral da CASA, Wellington Nogueira de Araújo, nos valores de R$ 80.463. ?Com indícios claros, que se aprofundada a investigação esse valor chegue a R$ 180 mil, ficando patente desvios de dinheiro em benefício próprio?.

Os empresários também destacam que a Fundação Banco do Brasil supostamente adquiriu R$ 300 mil de mel de abelha, fazendo uma doação à Central para formação de capital de giro. ?Há rumores visíveis da inexistência dos estoques e do capital?, dizem. ?Observa-se claramente que o dinheiro produto da comercialização da produção entregue pelos produtores é desviado para outras finalidades, e o pagamento dos produtores ocorre com atraso, com empréstimos contratados pelo diretor geral e o diretor financeiro da CASA APIS, de forma fraudulenta, em que aparecem como avalistas eles e suas esposas, ficando caracterizado o uso da Central de Cooperativas para fins estranhos aos interesses sociais?, completam.

Edmilson Antônio de Sousa e Jailson Teixeira de Lemos argumentam que a CASA APIS ?não tem vida contábil, nenhum controle de registro patrimonial e apesar de tudo, seus gestores fazem alardeamento de que são intocáveis?, dizem. Eles ressaltam que após a conclusão do inquérito civil, será impetrada uma ação judicial no Ministério Público contra os gestores da CASA APIS. (S.B.)

RETRANCA:

CASA APIS alega que ex-contador extorquiu e fez falsos balancetes

Os gestores da CASA APIS defendem que, em função de ?desobediência a princípios básicos cooperativistas? do empreendimento, houve dissidência de uma minoria dos cooperados da COOAPI E CAMPIL, ?tendo como mentores dirigentes dessas cooperativas que agiram em prol de interesses próprios?. ?Esse movimento foi fomentado pelo então contador dessa Central, Antônio Monteiro dos Santos, entregou falsos dossiês às instituições parceiras da Central e apresentou denúncias julgadas incabíveis pelo Ministério Público Federal, entre outras iniciativas sem êxito?, dizem.

Segundo a administração da CASA APIS, no período de 2006 a 2009, o contador trouxe prejuízos a Central como a não realização dos registros nos livros contábeis obrigatórios e elaboração de falsos balancetes, deixando o empreendimento em situação irregular junto aos órgãos competentes. ?Além de extorquir um montante de mais de cinqüenta mil reais da COOPIX ? Pio IX-PI, afiliada da CASA APIS?, completam em nota enviada ao Jornal Meio Norte.

A nota diz ainda que a CASA APIS além de contratar uma nova empresa para a regularização da sua situação contábil, acionou judicialmente Monteiro para a entrega dos documentos contábeis pendentes. ?Ressaltamos ainda, que o contador é "réu confesso" no conteúdo de um dossiê que foi encaminhado ao Banco do Brasil e SEBRAE Piauí, onde o mesmo afirma a inverdade de ter realizado os falsos balancetes a mando da CASA APIS?.

O diretor-geral da CASA APIS, Francisco Antônio, o Citonho, informou que o processo foi discutido junto aos parceiros e avaliado pela Assembléia geral. ?Nunca alegaram nada contra a minha pessoa, pelo contrário, temos a CASA APIS como um espelho para outros empreendimentos de economia solidária. As denúncias são de duas pessoas mal informadas e mal intencionadas com um contador com o passado a desejar, que responde a processos na Justiça?, afirmou. (S.B.)



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