Cristovam Buarque: “Impeachment de Dilma desmoraliza a democracia”

Buarque constatou que seria um baque no atual sistema

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Cumprindo agenda em Timon neste final de semana, o senador Cristovam Buarque (PDT) opinou sobre a atual situação política do país, defendendo o diálogo entre os oposicionistas e o Governo, de modo que seja viabilizada uma solução para os problemas que afligem os brasileiros, nisso, o parlamentar ressaltou que o afastamento da presidente Dilma Rousseff do Executivo traria consequências dolorosas ao Brasil, revelando que é necessário encontrar um caminho que possa congregar os anseios da população, porém, sem desrespeitar o processo democrático.

Em tal cenário, Buarque constatou que seria um baque no atual sistema caso ocorresse um impeachment, apoiando-se ainda na ausência de qualquer denúncia de corrupção envolvendo a presidente Dilma Rousseff. Nesse encaminhamento, o senador também impôs seu olhar sob a educação brasileira, pauta que defende com afinco, prospectando para a atualização no modelo, visando o aprendizado do aluno dentro e fora da sala de aula, confluindo em prol do desenvolvimento do ensino nas mais distintas diretrizes.

Lançando um livro voltado à área, o parlamentar propôs uma reflexão em torno de problemas diversos envolvendo a sociedade, desde o desemprego até a violência, abrangendo um olhar voltado à ética, priorizando o bem-estar e a harmonia de toda a população brasileira.

Jornal Meio Norte - Qual seria o modelo de educação ideal para o Brasil?

Cristovam Buarque - Temos que pensar duas coisas, uma é qual o modelo dentro da sala de aula e a outra qual o modelo de conjunto de todas as escolas. Na sala de aula podemos falar do trabalho de educador. O Brasil precisa fazer uma educação de qualidade independente da renda e a responsabilidade tem que ser federal, não da Prefeitura, até porque tem muitas que são bem pobres, ou há gestores que focam mais na educação e outros não. Os professores têm que deixar de ser condutores de carroças para serem de naves espaciais, de modo que os alunos aprendam nas escolas, mas também possam continuar aprendendo quando saírem dela.

JMN – Qual a avaliação que o senhor faz do atual momento político do país?

CB – A avaliação é que estamos num dos piores momentos, a presidente está no começo do Governo, junta-se a isso a corrupção ao redor dela, mas que não é dela; não há nada dizendo que a Dilma é corrupta, então o Brasil está perplexo e sem acreditar. Tem gente que fala em interromper o mandato, mas não é uma coisa fácil, isso traz problemas sérios para o país. 

Não é bom, não é a saída. A saída é muita conversa, muito diálogo, a procurar de encontrar um caminho que seja pro conjunto da população, nada imposto, golpe não vai ter, temos que dialogar muito, encontrar um caminho.

JMN – Então o senhor é contrário a possibilidade de impeachment?

CB – Eu acho que nem a oposição tira o Brasil da crise, se tirar a Dilma e pôr um psdebista, vai continuar a crise, ou a gente dialoga num caminho conjunto ou não vai ter jeito. O impeachment está previsto na Constituição, mas é algo muito doloroso interromper o mandato de um presidente, ele é eleito por quatro anos, se a gente se acostuma que não está bom tirar, ninguém vai acreditar mais em mandato, e aí o eleitor vai ficar irresponsável, já vai votar dizendo “vou votar nesse daqui, mas se não der certo a gente ‘impeachma’, tem que ter muito cuidado. A gente teve quatro presidentes desde que foi instalada a democracia, se desses dois sofressem impeachment, seria 50%, é a desmoralização do processo. O certo é o governo mudar, invés de mudar o governo.

JMN – Como o senhor vê as denúncias envolvendo o presidente da Câmara Eduardo Cunha?

CB - Aquelas faixas de impeachment que saíram no domingo, na verdade quer o impeachment de todos os políticos, de todos nós, então se além disso tem um presidente da Câmara indiciado e continua, isso vai desmoralizar muito.

JMN – O PDT estaria disposto a lançar uma candidatura própria na próxima sucessão?

CB - Não acredito. Acho que meu partido não vai querer, não me considero mais no páreo; porque meu partido está muito afinado ao Governo, não acredito que a sigla vai querer partir para um candidato próprio.



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