Defesa de Arruda entra com novo pedido para adiar votação de impeachment.

A defesa alega que a Câmara não cumpre o prazo regimental de 48 horas entre a publicação no “Diário Oficial” e o julgamento no plenário.

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A duas horas da retomada da sessão na Câmara Legislativa do Distrito Federal para a primeira votação em plenário do pedido de impeachment do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), a defesa do político entrou com um pedido de reconsideração na Justiça Local para tentar cancelar a sessão.

O pedido vai ser analisado pelo desembargador Mário Machado, do TJ (Tribunal de Justiça) do Distrito Federal. No pedido, a defesa alega que a Câmara, apesar de ter adiado a sessão para 18h, não cumpre o prazo regimental de 48 horas entre a publicação no "Diário Oficial" da Casa do parecer que pede abertura de processo de impeachment e o julgamento no plenário.

Os advogados argumentam ainda que a Casa publicou em meses diferente a denúncia contra Arruda e o parecer favorável ao processo de impeachment.

O desembargador Otávio Augusto Barbosa, do TJ (Tribunal de Justiça) local, rejeitou na manhã de hoje um recurso da defesa para que a sessão não fosse realizada. Barbosa argumentou que a defesa não provou que a sessão seria realizada hoje.

A defesa pede que seja suspensa a análise do impeachment até o que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue se foi legal a posse de suplentes para a análise do processo. Por decisão da Justiça, os suplentes substituem deputados distritais que são suspeitos de participação no esquema de arrecadação e pagamento de propina que seria chefiado por Arruda.

A advogada Luciana Lossio, que defende o governador afastado e preso, afirmou ainda que, mesmo com o adiamento da sessão para o final da tarde, o prazo regimental para a votação ainda não está respeitado porque a determinação é para que o parecer aprovado pela comissão especial e a denúncia sejam publicados conjuntamente.

Segundo a advogada, os documentos foram publicados em meses diferentes. "Não há manobra. Só quero que a Câmara obedeça ao que determina a lei. O prazo não foi respeitado. Outro coisa é que o STF já se manifestou em caso semelhante e decidiu que a posse dos suplentes era irregular", disse.

Liberdade

Em meio às decisões sobre o futuro político de Arruda, o STF coloca em votação nesta quinta-feira o pedido de liberdade apresentado pela defesa. Arruda está preso na Superintendência da Polícia Federal. Ele e mais cinco aliados são acusados de participar da tentativa de suborno de Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do esquema de corrupção.

Pesou contra Arruda um bilhete que ele teria escrito e sido entregue pelo ex-deputado Geraldo Naves (DEM) ao jornalista. O bilhete seria a prova de que Arruda estava envolvido no suborno

Crimes

O relatório do deputado Chico Leite (PT) sobre os processos de impeachment contra Arruda aponta que o ex-democrata cometeu crime de responsabilidade, atuando contra o livre exercício dos Poderes, contra a guarda e o legal emprego do dinheiro público e contra a probidade na administração pública.

Os indícios são suficientes para que essa Casa instaure a investigação por crime de responsabilidade. "A lei deixa claro que os crimes cometidos por políticos são muito mais graves que os praticados por cidadãos comuns porque a responsabilidade deles é maior", disse.

Para o petista, as investigações apontam que Arruda participava do esquema. "Os pedidos de impeachment não apenas apontam, com apoio de indícios, para a existência de uma organização criminosa vocacionada ao desvio de recursos públicos no Distrito Federal, mas também, e sobretudo, atribuem ao Sr. Governador a chefia da empreitada".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES