DEM esboça lançar um nome da legenda à Presidência para pressionar o PSDB a ceder o cargo de vice

A reação do DEM ocorreu depois que os tucanos começaram a olhar para o próprio ninho em busca de um nome para ser vice

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O DEM se arma para colocar uma faca do pescoço do PSDB na hora de negociar a aliança eleitoral com o governador de São Paulo, José Serra, na corrida pelo Palácio do Planalto. O partido sequer cogita a possibilidade de o acordo não envolver o cargo de vice. Para se precaver e fazer prevalecer a própria vontade e não a dos tucanos, os democratas ameaçam se lançar sozinhos na empreitada e reduzir o tempo de televisão de Serra.

A reação do DEM ocorreu depois que os tucanos começaram a olhar para o próprio ninho em busca de um nome para ser vice ? o sonho, que se tornou impraticável, era ter a chapa com o governador de Minas, Aécio Neves. Chegou-se a ventilar a possibilidade de o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), antigo desafeto do político paulista, compor a chapa. Houve até quem cogitasse usar a vaga para atrair um partido da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Especulou-se uma oferta ao senador Francisco Dornelles (PP) ? logo desmentida pelos dois partidos.

Com essa movimentação, o DEM fez chegar à cúpula do PSDB que poderia romper o acordo e lançar a senadora Kátia Abreu (TO) ao Planalto. Os tucanos rebateram classificando as especulações de boatos e que a questão do vice só será definida por Serra em junho. A própria senadora, ontem, baixou o tom do DEM. Em Minas, disse que sua prioridade é disputar o governo de Tocantins

?Tratar de vice agora não ajuda a campanha?, afirmou o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Depois de se assumir como pré-candidato, Serra ficará recluso nos próximos 10 dias, sem fazer negociações eleitorais. ?Até a transmissão do cargo, ele não vai fazer movimento a não ser os ligados à administração de São Paulo?, acrescentou o parlamentar serrista. PSDB e Serra não querem jogar lenha na fogueira e colocar em risco os preciosos minutos na propaganda eleitoral gratuita no segundo semestre do ano.

Alvoroço

Contrapondo-se ao pré-candidato do PSDB, o DEM está alvoroçado internamente para discutir quem será o vice. ?Até a nossa convenção vai ser uma disputa acirrada. Agora, se o PSDB for refratário, poderemos ser também?, afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), criticando a estratégia de ameaçar lançar um candidato próprio. ?O que está em jogo é a discussão do vice. Não vamos extrapolar?, afirmou.

Os tucanos decidiram pela estratégia refratária depois que o DEM se envolveu com o escândalo do mensalão na administração do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), detido por atrapalhar investigações da Polícia Federal sobre o esquema de compra de votos de deputados no DF. Os democratas acreditam que a maneira como lidaram com a crise mostra que eles estão capacitados. ?Somos o único partido que expurgou os quadros envolvidos?, afirmou Caiado.

O PP também saiu a campo para desmentir entendimento com o PSDB. Dornelles, presidente da legenda, negou que tenha sido sondado para vice. ?Forças ocultas saíram falando que poderíamos compor com Serra?, disse o deputado Mário Negromonte (BA). Segundo ele, o partido deseja se aliar a Dilma.

Outro com Dilma

O PP surgiu como uma das opções para viabilizar a candidatura minguante do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência. Os progressistas negaram a possibilidade. O partido deve decidir pelo apoio formal à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no início de abril. Ciro, se quiser manter-se na competição, ficará isolado por conta das negociações lideradas pelo presidente Lula e pelo PT.



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