Depoimento “agrava” situação de deputado do castelo, diz relator Nazareno Fonteles

Para o relator, a atitude dele de não responder aos questionamentos pode prejudicar o colega

Deputado do Castelo depões no Conselho | G1
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O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) disse que a postura de Edmar Moreira (sem partido-MG) no depoimento desta terça-feira (26) no Conselho de Ética ?agrava? a situação do colega. Fonteles é o relator do caso e considerou ?muito estranho? Moreira ter se esquivado de responder a grande maioria das perguntas. O depoimento foi suspenso porque começaram as votações em plenário e deve ser retomado ainda nesta noite.

Para o relator, a atitude de Moreira de não responder aos questionamentos pode prejudicar o colega. ?Eu questionei por ele não ter respondido no mérito, pelo menos as minhas perguntas, achei isso, no mínimo, muito estranho. Acho que, no contexto em que as coisas estão acontecendo, são agravantes para a formação de juízo por parte de todos os membros do Conselho."

Segundo investigação preliminar feita no âmbito da corregedoria, Moreira utilizou notas de uma empresa de sua propriedade para receber recursos da verba indenizatória. Ele não conseguiu convencer a comissão de que os serviços realmente foram prestados. Moreira ganhou notoriedade por causa de um castelo de R$ 25 milhões em nome dos filhos, mas este fato não é alvo de investigação.

Fonteles destacou que o depoimento desta terça-feira não é o único que será levado em conta, uma vez que o deputado dono do castelo já depôs na comissão de sindicância montada pela corregedoria. ?Tenho que levar em considerar que ele não desmentiu o que disse antes na comissão?. Ele destacou que Moreira ?tem evitado esclarecer? alguns pontos contraditórios relativos a este primeiro depoimento.

O relator não quis adiantar sua posição sobre a cassação ou absolvição do colega, mas disse ter a intenção de concluir o processo dentro do prazo previsto, que expira em 30 de junho. Fonteles quer esperar o término do depoimento para verificar a possibilidade de ouvir outras testemunhas.

A princípio, com a recusa do chefe de segurança de Moreira em comparecer, apenas um técnico da casa que cuida do ressarcimento dos deputados por meio da verba indenizatória seria ouvido.

Defesa

O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que no mês passado disse se ?lixar para a opinião pública?, fez uma referência à farra das passagens aéreas no Congresso para defender o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) durante a sessão do Conselho de Ética.

?A dúvida aqui é se usou em beneficio próprio ou não a verba indenizatória. Em contrapartida, aqueles que usaram a passagem, isso sim em beneficio próprio, pegaram dinheiro do povo e foram para outros países passear com a família. Para estes, alguns até com acusação de venda de passagens, está tudo tranquilo. Aquele [deputado] que ficou comprovado [o uso irregular de passagem] está liberado, mas aqueles de que se têm alguma dúvida, temos que investigar?, disse Moraes.

O principal argumento de Edmar Moreira em sua defesa ? repetido por Moraes ? é que os deputados que fizeram uso em proveito próprio de passagens aéreas foram ?anistiados? pelo presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP).

Durante sua intervenção, Moraes abriu espaço para Edmar Moreira destacasse que as denúncias contra ele só apareceram após a sua eleição para segundo vice-presidente da Câmara e corregedor, cargo que deixou após as acusações.



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