Juiz do DF suspende prisão do deputado que deu cirurgias a eleitoras

Segundo a Vara do DF, o mandado de prisão foi suspenso em razão de a pena ser inferior a quatro anos

Deputado foi condenado a 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O juiz Nelson Ferreira Júnior, da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas do Distrito Federal (DF), suspendeu nesta terça-feira (25) o mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Asdrubal Bentes (PMDB-PA).

Segundo a Vara do DF, o mandado de prisão foi suspenso em razão de a pena ser inferior a quatro anos e, portanto, o condenado não poder ficar preso pela Lei de Execução Penal.

Por volta das 15h45 desta terça, o magistrado estava reunido com o parlamentar para explicar como será o cumprimento da pena, em regime domiciliar, em razão de a punição ser inferior a quatro anos. O Distrito Federal não tem casa de albergado, onde deve ser cumprida pena em regime aberto, inferior a quatro anos, e por isso sempre converte a punição em prisão domiciliar (o condenado deve se recolher em casa entre 21h e 5h).

No final da tarde desta segunda (24), a Polícia Federal recebeu do STF o mandado de prisão assinado pelo ministro Dias Toffoli, relator da ação contra Asdrúbal Bentes.

Bentes foi condenado a 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por esterilização ilegal de mulheres. O Supremo estipulou que a pena seria em regime aberto, mas decidiu não converter a punição em medidas alternativas. Por isso, foi expedido o mandado de prisão.

A Câmara dos Deputados já foi notificada de que o processo contra Bentes chegou ao fim.

Nesta segunda-feira, o deputado disse, após a expedição do mandado de prisão, estar "bem, na medida do possível".

Em 2011, o deputado foi condenado por esterilização cirúrgica irregular de mulheres. Na última quinta (20), os ministros do tribunal rejeitaram os últimos recursos contra a condenação e decretaram a prisão do deputado paraense.

"Vou cumprir a pena em Brasília, conforme o STF determinou", disse Bentes. "Não tem como ficar tranquilo num momento como este, mas é preciso serenidade para enfrentar a situação", disse Bentes nesta segunda.

Renúncia

Apesar de ter afirmado na semana passada que não pretendia renunciar ao mandato parlamentar, o deputado Asdrubal Bentes deixou em aberto esta possibilidade nesta segunda-feira. Ele disse que irá avaliar a questão com a liderança do PMDB na Câmara.

Como a Câmara já foi notificada pelo STF sobre o fim da ação penal contra o peemedebista, agora caberá à Mesa Diretora, comandada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidir se abre ou não processo de cassação contra o parlamentar. Ainda não foi definida a data em que a Mesa irá decidir sobre o caso.

Asdrubal Bentes é o sexto deputado federal em exercício que o STF manda prender desde 1988. O primeiro foi Natan Donadon (sem partido-RO), em agosto de 2013, condenado por peculato e formação de quadrilha.

Em novembro, o STF determinou a prisão de José Genoino (PT-SP), condenado por corrupção ativa no mensalão. Pelo mesmo processo, em dezembro, foram presos Valdemar Costa Neto (PP-SP) e Pedro Henry (PP-MT) e, em fevereiro, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP). Além disso, o Supremo determinou que José Gerardo cumpra pena alternativa.

Desfiliação do PMDB

O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou que irá conversar com a direção estadual do partido para avaliar a situação de Asdrubal Bentes. Segundo Raupp, a desfiliação do parlamentar da legenda "não cabe" à direção nacional.

"Essas questões costumam ser tomadas na instância estadual. Eu vou conversar com o PMDB no Pará porque aqui em Rondônia quando aconteceu o episodio com o Natan Donadon, ele foi desligado imediatamente do partido. Então, eu acho que teria que conversar primeiro com a instância estadual, que é onde compete tomar essas decisões. (...) Não chega a ser uma questão da direção nacional. A gente pode conversar sobre o assunto, sugerir, mas ele não é filiado ao diretório nacional. Isso [a desfiliação] cabe ao diretório estadual", disse.

Raupp afirmou ainda que deverá analisar o caso de Bentes antes de comentar se é o caso de o parlamentar renunciar ou não ao mandato de deputado. "Eu não sei se é o caso. Cada caso é um caso diferente e eu não sei a gravidade do caso dele. Teria que analisar para omitir uma opinião", completou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Avalie a matéria:
Tópicos
SEÇÕES