Dilma Rousseff defende respeito a papa e rejeita aborto

“Vamos separar as questões. Acho que o Papa não tem nada a ver com isso“. disse ela

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (28), em Brasília, respeitar a posição do Papa Bento XVI, que disse que os bispos brasileiros têm o dever de emitir juízos morais em matérias políticas, mas declarou não ver relação entre a orientação e a ?campanha? que a acusava de ser favorável ao aborto.

?Vamos separar as questões. Acho que o Papa não tem nada a ver com isso. Aqui ocorreu uma outra coisa, ocorreu uma campanha que não ocorreu à luz do dia. Quem fez a campanha não se identificou, não mostrou sua cara. Foi uma campanha de difamações, de calúnias e algumas delas ao arrepio da lei?, afirmou a petista.

Dilma afirmou que o Papa "tem direito? a manifestar sua posição. ?Eu acho que é a posição do Papa e tem de ser respeitada. Encaro que ele tem direito de se manifestar sobre o que ele pensa, é a crença dele, e ele está encomendando uma orientação.?

A petista reafirmou ser contra o aborto, mas a favor do tratamento das mulheres que recorrem à clandestinidade para interromper a uma gestação. ?Cansei de repetir qual minha posição nessa questão do aborto. Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, mas sei que a cada dois dias morre uma mulher nessas circunstâncias. Eu não acredito que ninguém em sã consciência recomende que se prenda essas mulheres.?

Pré-sal

Antes de conceder entrevista, Dilma recebeu sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que vieram manifestar apoio a sua candidatura. A petista defendeu a mudança de modelo de exploração do petróleo no pré-sal, de concessão para partilha, que ainda tramita no Congresso, e afirmou que, caso venha a ser eleita, só depois da aprovação da lei deverão ser realizadas novas licitações.

?O projeto da partilha, eu tenho total empenho nele. (...) Até o modelo de partilha [ser aprovado], não tem licitação. Nós já suspendemos as licitações?, afirmou a petista.

A mudança de modelo foi incluída no Senado dentro do projeto que cria o fundo social para a aplicação das riquezas. O projeto ainda aguarda nova votação na Câmara antes de ir à sanção presidencial.

Dilma justificou o fato de o governo Lula ter feito mais concessões de petróleo do que o governo anterior destacando que, antes da descoberta do pré-sal, o Brasil tinha poucas reservas, o petróleo era de baixa qualidade e o custo de exploração para realizar as descobertas era mais alto. Para ela, quem defende a manutenção do modelo de licitação para o pré-sal defende a privatização.

?O Brasil acompanha e sabe quem é a favor do pré-sal e da Petrobras e quem é a favor de entregar [a exploração] para empresas estrangeiras?, afirmou.

Controle da mídia

Questionada sobre a criação de conselhos de jornalismo em alguns estados e a possibilidade de controle sobre o conteúdo do jornalismo, a petista disse ser contra qualquer monitoramento. No entanto, ela disse que deve haver regras para a mídia, mas sem interferência no conteúdo.

?Sou contra qualquer processo de controle de conteúdo da mídia. Não acredito que tem alguém que seja contra modelos que criem regulações para o setor, por exemplo, sobre qual é a participação do capital estrangeiro, mas monitoramento é de conteúdo e eu não concordo com isso. Repudio o monitoramento de conteúdo editorial. Acho que isso não pode se criar no Brasil?, afirmou Dilma.

Ela reafirmou que o melhor controle para a área é o ?controle remoto?. Dilma disse ainda que a liberdade de imprensa é um valor fundamental numa democracia e que o Brasil tem de se ?vangloriar? por isso.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES