Dilma diz que não sente ‘ódio’, mas que não perdoa torturador

Presidente disse que ‘o problema é a tortura’, não o torturador

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Para Dilma, Comissão da Verdade vai "virar a página" da ditadura | Alexandre Durão/G1
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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (22), no Rio de Janeiro, onde participa da Rio+20, que não sente vontade de vingança nem ?ódio? pelas pessoas que a torturaram durante a ditadura militar. Ela ressaltou, contudo, que também não perdoa os torturadores.

No início da semana, os jornais "Correio Braziliense" e "Estado de Minas" publicaram reportagens que mostram depoimento dado por Dilma em 2001 ao Conselho Estadual de Direitos Humanos de Minas Gerais (Condedh-MG). No depoimento, Dilma relata as torturas que sofreu quando foi presa pelo regime militar.

?Com o passar dos anos, uma das melhores coisas que me aconteceu foi não me deixar fixar nas pessoas e nem ter por elas qualquer sentimento, nem ódio nem vingança, mas também tampouco perdão. Não há sentimento que se justifique contra esse tipo de ato. Há a frieza da razão?, disse a presidente ao ser perguntada a respeito do depoimento que deu ao Condedh-MG.

Para a presidente, ?vingar, se magoar ou odiar é ficar dependente de quem se quer odiar e vingar.? Dilma destacou que o torturador é apenas um agente e que a grande questão é a tortura em si.

?Algumas das figuras que me torturaram não tinham nomes verdadeiros. Há elucubrações. Agora, a questão não é o torturador. O torturador é um agente. Mesmo ele tendo a sua responsabilidade reconhecida depois do que aconteceu no julgamento dos crimes de guerra de Nuremberg, que aprovaram uma avaliação de que mesmo sendo mandado quem faz é responsável, eu não acho que seja o torturador o problema?, disse.

Para a presidente o importante é que o país tenha conhecimento de que ocorreu a tortura e em que condições ela foi ?estabelecida e operada?. ?Nós todos sabemos em que condições foi operada. Ninguém aqui desconhece o que aconteceu neste país. E todos nós temos o compromisso de jamais deixar isso acontecer de novo?, afirmou.

Segundo a presidente, a Comissão da Verdade, criada para apurar violações aos direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar, vai virar de modo definitivo "a página" dos períodos antidemocráticos vividos pelo país.

"Trata-se de virar a página desse país e para virar a página desse país, para isso, nós temos a Comissão da Verdade?, afirmou a presidente.



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