Dilma: 'Interesse na Odebrecht era por sua importância na economia'

Ex-presidente concedeu depoimento ao juiz Sergio Moro

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A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse, em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, por videoconferência, que o governo tinha interesse no grupo Odebrecht não em função de doação para campanhas políticas, mas pela importância de suas empresas.

"Tínhamos uma relação de grande interesse não para que eles contribuíssem ou não para a campanha, mas pela importância que o grupo tinha e, acredito que ainda tem, na economia brasileira", disse Dilma.

Dilma é testemunha de defesa do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine no processo em que ele é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e embaraço à investigação. Essa foi a primeira vez em que Dilma, que não é investigada nessa ação penal, foi ouvida por Moro. Ele apenas comandou a audiência e não quis fazer perguntas à ex-presidente.

Além do executivo, outras cinco pessoas são rés no processo. Entre elas, está o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Delatores do grupo Odebrecht já afirmaram, em acordos de colaboração com a PGR (Procuradoria Geral da República), que distribuíram propina a mais de 1.800 políticos de 28 partidos.

A ex-presidente foi questionada pelo advogado José Diniz, que defende o doleiro André Gustavo, suspeito de ser responsável por repasses de propina e um dos réus na ação penal, se "assuntos de interesse da Odebrecht eram sondados junto à Presidência da República para que efetivamente as decisões fossem tomadas no Banco do Brasil". Bendine comandava o banco antes de assumir a Petrobras.

''Eu não tenho sequer o mais pálido conhecimento desse tipo de atitude do grupo Odebrecht'', disse a petista. 

"Aliás, eu acredito que o grupo Odebrecht, como qualquer outro grande grupo brasileiro, merecia toda a atenção do governo. Muitas vezes a gente concordava com os rumos propostos pelo grupo. E é público e notório que muitas vezes também nós discordávamos", disse a ex-presidente.

O depoimento de Dilma durou pouco menos de 30 minutos. A ex-presidente chegou por volta das 10h50 na sede da Justiça Federal em Belo Horizonte para prestar o depoimento, por videoconferência, a Moro, que atua em Curitiba. Dilma esteve na Justiça Federal acompanhada do advogado Leonardo Isaac Yarochiwsky.



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