“Dilma não será Lula de saia”, diz cientista político

Segundo ele, o desafio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mostrar que não existe o impossível.

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Dilma Roussef | Efrém Ribeiro
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Em entrevista ao Terra TV, o cientista político, professor da FAAP e da USP, Humberto Dantas, analisou o discurso da ex-ministra, Dilma Rousseff, realizado neste domingo (13), durante convenção nacional do PT, em Brasília, para oficializar sua candidatura à presidência da República. "Se o eleitor espera que vai encontrar na Dilma um Lula de saia, o PT vai ter dificuldade para alcançar isso", alertou Dantas.

Segundo ele, o desafio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mostrar que não existe o impossível. "Primeiro, Lula queria provar que um metalúrgico poderia ser presidente e, agora, quer colocar a primeira mulher à frente do cargo", pontuou.

Ao longo do evento, muitos vídeos exaltando a participação feminina na história do País foram transmitidos. "A estratégia de campanha da Dilma é voltar às atenções para as mulheres, assim como o Serra está trabalhando sua imagem no Nordeste", ressaltou Dantas.

Dantas explicou que Dilma já vem sendo treinada há um bom tempo pela consultora Olga Curado, que também se responsabilizou por trabalhar o discurso de Lula em épocas de campanha. "Hoje, ela está infinitamente melhor do que era, com uma fala menos técnica e com a militância muito mais afinada", analisou. Mas, alertou que, segundo disse o próprio presidente, "não há eleição fácil".

Sobre a participação de Lula, o cientista acredita que o fato de seu nome não estar na cédula é apenas um detalhe. "Mesmo sem estar entre os candidatos, Lula vai pautar essas eleições".

Discurso

Ao analisar os 45 minutos destinados ao discurso de Dilma, Dantas lembra que ela já havia admitido que é uma mulher dura. "Isso é muito complicado do ponto de vista do marketing político", afirma.

Para o cientista político, a candidata estava visivelmente nervosa durante o discurso proferido na convenção, o que gerou algumas consequências. "Ela mostrou, em um fala longa, que sabe muito bem o que está acontecendo no governo, mas usou termos difíceis e errou muitas vezes o português, em uma situação que, com certeza, deixa qualquer pessoa desconcertada", explica. Dantas disse ainda que "talvez seja um situação para testar, para prepará-la para um momento mais propício e quando começarem os embates "o bicho vai pegar", concluiu, citando a frase de Lula na convenção.

Estratégia tucana

Perguntado também sobre a presença do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso na candidatura de José Serra (PSDB), Dantas afirmou que o PSDB está adotando uma estratégia perigosa ao deixá-lo ao fora da campanha. "FHC não pode ser visto como alguém que passou por aqui e não deu certo, isso não é verdade, ele inclusive deixou uma base para o governo Lula", explicou.

O cientista político disse ainda que "se o PT não está negando a presença de (José) Sarney, o PSDB não poderia deixar FHC de lado, é muito estranho o que o PSDB está fazendo".



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