Dilma pede “cautela” ao saber decisão da Câmara sobre impeachment

A presidente Dilma Rousseff pediu “cautela” e “calma”

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A presidente Dilma Rousseff pediu "cautela" e "calma" ao público que acompanhava, nesta segunda-feira (9), cerimônia de criação de cinco novas universidades. O clima era de euforia devido à assinatura de decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), para anular tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso. 

A petista denunciava mais uma vez o que considera um "golpe de Estado" em curso quando interrompeu seu discurso para dizer que não tem essa informação oficialmente. "Soube agora, da mesma forma que vocês souberam. Apareceu nos celulares que um recurso foi aceito e o processo está suspenso. Estou falando aqui porque não podia fingir que não sei de nada. Mas não sei as consequências. Tenham cautela, vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", afirmou. 

O parlamentar considerou, entre outros fatores, que os parlamentares não poderiam tr anunciado suas posições antes da votação.

O público presente na cerimônia comemorou a decisão aos gritos de "uh, Maranhão" (em referência ao deputado) e "fica, querida". O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, sorridente, também vibrou: "Não vai ter golpe!", disse, encerrando seu discurso antes programado. 

Dilma Rousseff tornou a falar sobre o que qualifica como "golpe frio, que usa argumentos aparentemente legais para depor uma presidente legitimamente eleita".

"Todos aqui sabem que esse golpe tem uma fachada, que é o processo de impeachment", acrescentou, avaliando que as acusações contra ela são sobre "ações corriqueiras do governo", e não sobre crimes.

"Estou sendo vítima de um golpe. É um absoluto desprezo pela capacidade de compreensão da sociedade brasileira ficar falando que não é golpe porque o impeachment está na constituição. Eles esquecem que para ter impeachment é preciso ter um crime de responsabilidade", disse Dilma.

Na cerimônia desta segunda, a presidente anunciou a criação de cinco novas universidades federais, duas em Goiás, uma em Tocantins, uma no Piauí e uma no Mato Grosso. Antes da cerimônia, Dilma foi recebida por professores e técnicos de universidades federais, que levaram cartazes com dizeres como "Xô, Temer". O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) também foi vaiado e chamado de "golpista".

Apesar da proximidade da votação no Senado que poderá levar ao seu afastamento temporário, Dilma continua com agenda cheia. Mais tarde, receberá o presidente do Parlamento do Mercosul, Jorge Taiana, e na sequência embarcará para Goiânia, para inauguração do novo terminal do Aeroporto de Santa Genoveva. 

Entre os políticos que participaram do evento estavam ministros Juca Ferreira (Cultura), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Nilma Lino Borges (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos), o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), os deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG) e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN).

Entre os funcionários do planalto, o clima é de apreensão. Inicialmente comemoram a decisão, mas alguns lembraram que esta anulação pode impulsionar o pedido de impeachment feito pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o que seria uma "pedra no sapato" para Dilma.



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