Dilma terá campanha bancada pelo PT

Na campanha, Dilma também terá de abrir mão da gratificação paga aos conselheiros da Petrobras -

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Na campanha, Dilma também terá de abrir mão da gratificação paga aos conselheiros da Petrobras Em 2 de abril, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, vai deixar o governo para cair nos braços e nos bolsos da militância petista. Ela deixará a pasta que chefia e também o cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras para se dedicar integralmente à disputa pela sucessão presidencial como candidata do PT. A partir daí caberá ao partido dar suporte, inclusive financeiro, a Dilma. No que diz respeito à estrutura física da campanha, as negociações estão adiantadas. A direção da legenda já decidiu onde ficarão o escritório político e o comitê central da ministra. A sigla também estuda a viabilidade de conceder uma espécie de ajuda de custo a Dilma, para que ela possa se manter sem os salários que recebe atualmente, já que abandonará os cargos que ocupa na estrutura do governo. O PT ainda barganha os valores, mas escolheu o prédio que centralizará a campanha da ministra. Ele ficará na quadra 1 do Setor Comercial Sul, no coração de Brasília, bem próximo ao prédio que abriga o Diretório Nacional da legenda. Ficará logo atrás do Diretório, no edifício em que antes funcionava uma faculdade. A proximidade não é coincidência. Para se deslocar até os dirigentes petistas, Dilma não precisará sequer dar a volta ao prédio. As garagens dos dois edifícios são interligadas. Ela poderá fazer o trajeto sem ser incomodada pela imprensa. O Comitê Central contará com três andares: térreo, sobreloja e primeiro piso. Dilma e assessores mais próximos ficarão em salas do último andar do comitê. No prédio escolhido para abrigar o staff da ministra-candidata hoje ainda existem faixas oferecendo o local para locação. A direção do Partido dos Trabalhadores gostou do imóvel, mas ainda não fechou negócio porque tenta baixar o preço. “Queremos pagar o mesmo que pagamos pelo metro quadrado do aluguel do diretório. Em termos de estrutura, o espaço do Diretório Nacional é melhor, mas eles estão cobrando mais caro”, contou um dos membros do diretório. Endereço Já o escritório político de Dilma terá endereço nobre. O comando de campanha da ministra já escolheu uma sala do Lago Sul — bairro nobre na capital, destinado a abrigar os habitantes mais abastados do DF. Só falta escolher uma casa para a ministra, que, ao deixar o cargo na Casa Civil, perderá o direito de ocupar o imóvel funcional no qual vive hoje, também no Lago Sul, na Península dos Ministros. Segundo Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e um dos homens mais importantes da equipe que trabalha a estratégia de campanha da ministra, além da casa, dos aluguéis de escritório e comitê, o partido deverá providenciar uma ajuda de custo para Dilma. “Acredito que seja algo parecido ao salário que ela recebe hoje como ministra (cerca de R$ 10,7 mil). Ela não pediria mais do que isso”, explicou. “Ela terá a mesma estrutura que o presidente Lula teve quando foi candidato. Isso é normal”, completou Pimentel. O Diretório Nacional não desmente nem confirma que pagará um “salário” a Dilma durante a campanha. Limita-se a informar que o assunto ainda não foi discutido. Além dos R$ 10,7 mil correspondente ao ganhos como ministra, o orçamento de Dilma também conta com remuneração paga pela Petrobras. A estatal não divulga o valor dos salários pagos aos conselheiros, mas informa que ele corresponde a 10% do vencimento médio dos diretores da empresa, descontadas gratificações e participação nos lucros. A remuneração bruta paga aos dirigentes da empresa beira os R$ 60 mil, em meses como dezembro, por exemplo. Carteira Mas o pagamento de um salário à ministra não seria exatamente uma novidade dentro do PT. O presidente Lula, quando era dirigente do partido, recebeu um salário. Hoje, todos os dirigentes são pagos, e têm, inclusive, registro na carteira de trabalho. O maior antagonista à candidatura de Dilma Rousseff, o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato pelo PSDB ao Palácio do Planalto, também movimenta a equipe para preparar o terreno da campanha. O secretário de Relações Institucionais do Estado de São Paulo, José Henrique Reis Lobo, é quem encabeça a equipe que busca um local, na capital paulista, para abrigar o Comitê Central de campanha de Serra. Os tucanos estão procurando imóvel na Avenida Indianópolis, na Zona Sul da capital. O PSDB também arcará com gastos de aluguéis de escritórios políticos e comitês de campanha de José Serra. O partido, no entanto, não dará ao governador paulista uma ajuda de custo quando ele deixar o cargo. “Isso nunca aconteceu em nenhuma campanha nossa, e não será nessa”, garantiu o secretário-geral da legenda, Eduardo Jorge. Licenças No Poder Executivo, ministros de Estado, governadores, prefeitos e secretários das esferas federal, estadual e municipal devem se afastar até seis meses antes do pleito, 3 de abril. Presidente da República, governadores e prefeitos que forem concorrer a outros cargos, devem renunciar ao mandato. Dirigentes sindicais têm até quatro meses antes das eleições para deixar a direção da entidade sindical. Já os servidores públicos e empregados de estatais têm até três meses antes do pleito para se licenciar. Programa A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, conta com uma coordenação de campanha informal que deve ser mantida após a convenção do partido, em julho, quando será oficialmente a candidata petista à Presidência. A coordenação da pré-campanha está a cargo do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e conta ainda com o ex-ministro Antônio Palocci, o coordenador de programa do governo federal, Marco Aurélio Garcia, e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Coordenação Mesmo sem ter declarado ainda sua pré-candidatura, o governador José Serra (PSDB) já conta com três nomes para seu staff. Foram confirmados para a coordenação da pré-campanha o presidente do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam), Felipe Soutello, o secretário de Relações Institucionais do governo de São Paulo, José Henrique Reis Lobo e o secretário-adjunto de Gestão Pública e tesoureiro da Executiva Estadual do PSDB em SP, Marcos Antônio Monteiro. Disputas Lula foi o candidato que mais eleições disputou desde o restabelecimento do voto direto. Após um mandato como deputado federal por São Paulo, conquistado em 1986, concorreu à Presidência em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Lula perdeu no segundo turno em 1989 para Collor. E perdeu também no primeiro turno para Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998. A vitória veio em 2002, em disputa no segundo turno contra o tucano José Serra, e em 2006 contra Geraldo Alckmin, também do PSDB.



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