Diretor do FMI aconselha a Dilma que desacelere crescimento

Ele também elogiou corte de R$ 50 bi no Orçamento e alta dos juros.

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Dilma e Dominique Strauss-Kahn | Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência
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O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse nesta quinta-feira (3) ter aconselhado a presidente Dilma Rousseff que o Brasil desacelere o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos.

Segundo ele, há um risco de superaquecimento da economia. Strauss-Kahn se reuniu com Dilma nesta tarde no Palácio do Planalto. Nesta quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o PIB brasileiro fechou 2010 com uma alta de 7,5%.

?Disse à presidenta que o risco para a economia brasileira é o sobreaquecimento da economia. É o momento de desacelerar a economia, medidas tomadas pelo Brasil nesse sentido são muito bem-vindas. A presidente está muito ciente dessa questão?, disse.

O diretor do FMI elogiou medidas de ajuste fiscal e controle da inflação adotadas pelo governo, como o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011 e a elevação pelo Banco Central da taxa de juros de 11,25% para 11,75%.

?As medidas que foram anunciadas recentemente, como a contenção de gastos de R$ 50 bilhões são muito bem-vindas pelo FMI. Ao mesmo tempo, a política monetária implementada pelo Banco Central é a política correta?, afirmou.

Inclusão

Strauss-Kahn também afirmou que o Brasil dá ?exemplo? aos outros países em termos de políticas voltadas para a inclusão social. Segundo ele, é preciso utilizar o alto crescimento econômico do Brasil em 2010 para diminuir a pobreza.

?Tivemos uma conversa no sentido de que o crescimento formal é bastante e de que o crescimento precisa ser de natureza includente. Ou seja, tem de haver crescimento por um lado, mas, sobretudo, usar esse crescimento para obter maior igualdade e tirar as pessoas da pobreza. O exemplo do caso brasileiro é elucidativo. Muita coisa foi feita, por meio do Bolsa Família e outros programas. Um ótimo exemplo para o resto do mundo.?

Petróleo

O diretor do FMI comentou ainda sobre os conflitos em países da África, como a Líbia. Segundo ele, os conflitos só afetarão fortemente a exportação de petróleo se perdurarem por muito tempo.

?Nosso entendimento no FMI é que, a menos que o conflito na África do Norte dure muito tempo, a influência não será muito significativa [no preço do petróleo].?

Ele também disse que o Brasil terá maior espaço nos organismos internacionais, como o FMI e o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo.

De acordo com Strauss-Kahn, entra em vigor nesta quinta uma mudança nas regras de participação dos países no FMI que dará maior destaque a nações emergentes. ?Hoje a reforma iniciada em 2008 que eleva o voto, a representatividade de países emergentes, como o Brasil, entra em vigor.?



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